
Da Redação
MANAUS – O prefeito de Coari, Adail José Figueiredo Pinheiro, conhecido politicamente como Adail Filho, apresentou na manhã desta terça-feira, 26, uma representação ao procurador-geral de Justiça do Amazonas, Fábio Monteiro, com pedido de investigação criminal e afastamento do promotor de Justiça Weslei Machado, que atua na comarca de Coari. Ele acusa o promotor de envolvimento em um caso de extorsão.
De acordo com o pedido de investigação criminal apresentado por Adail Filho, Weslei Machado é autor de cinco ações por improbidade administrativa contra o prefeito de Coari, mas a atuação do promotor teria motivação política.
Adail Filho diz que chegou ao conhecimento dele que as ações judiciais faziam parte de um esquema que tinha por objetivo desgastar sua imagem perante a opinião pública para facilitar um golpe político e retirá-lo da função.
No documento apresentado à PGE, o advogado de Adail Filho cita um estagiário de Direito do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de nome Raione Queiroz como a pessoa que alimentava o promotor Weslei Machado com informações que serviam de embasamento para o ajuizamento das ações.
O documento diz que Raione Queiroz procurou Joabe Rocha, conhecido opositor de Adail, para fazer um pedido de R$ 500 mil como condição para suspender o ajuizamento de novas ações bem como buscar uma forma de arquivamento das ações já ajuizadas.
De acordo com Adail Filho, Joabe denunciou o caso ao advogado Fabrício de Melo Parente – que atua na defesa do prefeito –, e apresentou áudios das conversas em que Raione se vangloria de ter influência sobre os investigadores, vereadores e outras autoridades.
Esses áudios foram entregues ao procurador-geral de Justiça. Eles apontam, segundo a defesa de Adail Filho, como o grupo está articulado para derrubar o prefeito do poder e assumir o comando do município. Nos diálogos, no entanto, Raione não cita o promotor Weslei Machado.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o promotor de justiça Weslei Machado disse que o pedido do prefeito de Coari, Adail Filho, é “mais uma tentativa de tirar a credibilidade da atuação do Ministério Público”. Segundo ele, o motivo seria a atuação mais “intensa e dura” das promotorias de Coari contra práticas de atos ilícitos.
“A alegação de que existe algum tipo de perseguição é totalmente improcedente. Em todos os casos em que houve a minha atuação é porque eu fui obrigado e sou obrigado pela lei a agir diante de práticas de atos ilícitos”, disse o promotor.
Segundo Weslei Machado, os dois últimos pedidos de afastamento do prefeito tiveram ação conjunta das duas promotorias de Justiça do município. “O colega doutor Flávio, verificando também as graves irregularidades, decidiu atuar conjuntamente para que a gente evite a consumação dos graves danos que tem acontecido”, disse.
O promotor também disse que as ações ajuizadas ao longo deste ano pelo MP-AM não decorreram de nenhuma notícia levada pelas pessoas mencionadas pelo prefeito Adail Filho.
Propina
O promotor afirma que uma pessoa o informou que o prefeito de Coari teria enviado um emissário para oferecer propina de R$ 1 milhão para evitar novas ações. “Fui procurado em Coari por uma pessoa informando que o prefeito queria oferecer 1 milhão de reais para evitar a minha atuação. Imediatamente encaminhei essa pessoa até a Procuradoria Geral de Justiça, já que o fato narrado envolvia a figura do prefeito”, disse.
O promotor também disse que há uma série de investigações de provas que foram encaminhadas ao MP-AM, e possivelmente nas próximas semanas haverá novos desdobramentos “para evitar a consumação desses graves danos”.
Ouça os áudios
Leia o documento com pedido de afastamento do promotor:
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