Por Ana Carolina Barbosa, da Redação
MANAUS – A poucas horas do fim do prazo para a desfiliação de partido a políticos que pretendem manter o mandato, pelo menos quatro deputados estaduais já seguiram pela “janela partidária” e deixaram as legendas pelas quais foram eleitos no Amazonas. Segundo a Emenda Constitucional 91/2016, que entrou em vigor em fevereiro, o detentor de mandato eletivo poderá, até 19 de março, sair do partido pelo qual foi eleito e se filiar em outro sem que a mudança seja considerada infidelidade partidária.
Platiny Soares saiu do PV e se filiou nesta tarde ao DEM, do deputado federal Pauderney Avelino, contrariando as expectativas de que migraria para o PP, do deputado federal Jair Bolsonaro (RJ). Adjuto Afonso, que era do PP, se desfiliou mas ainda não definiu para qual legenda vai migrar. Além deles, Belarmino Lins, que há mais de uma década militou no PMDB, filiou-se no último dia 17 ao Pros, de José Melo; e Alessandra Campelo, militante ferrenha do PCdoB, deixou o partido para seguir o PMDB, desde a última semana.
Em contrapartida, Ricardo Nicolau, que tinha a intenção de sair do PSD, dirigido pelo senador Omar Aziz no Estado, mudou de ideia e, segundo sua assessoria, permanecerá na legenda.
Mudanças
Platiny Soares, que foi eleito pelo Partido Verde, passou a cogitar a saída da sigla após anunciar apoio a Jair Bolsonaro, ao final de 2015, quando articulou uma homenagem ao parlamentar em Manaus. À época, dirigentes do partido distribuíram nota pública criticando a postura do parlamentar e alegando que a conduta ética de Bolsonaro ia contra os princípios do PV. Após se estranhar com a direção do partido, o deputado estadual de primeiro mandato chegou a ser ameaçado de expulsão. Antes de ir para o DEM, ele foi sondado pelo PROS, conforme informações de bastidores.
Belão, por sua vez, justificou a saída do PMDB do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para entrar no PROS, com a impossibilidade de tornar-se oposição, já que sempre atuou na linha de frente situacionista, inclusive durante a gestão do próprio Braga enquanto governador do Amazonas.
Adjuto Afonso, cuja expectativa era que migrasse para o PDT de Amazonino Mendes, diz que não tem predileção e que está ‘conversando’ com vários partidos para decidir a qual deles se filiará. A articulação para levá-lo ao PDT está sendo encabeçada, segundo fontes ligadas ao partido, pelo deputado Hissa Abrahão, que deixou o PP e foi para a legenda há poucos dias. A decisão será tomada pelo parlamentar na próxima semana.
Alessandra Campelo deixou o PCdoB após 21 anos de militância. Nos bastidores, comenta-se que além de ter sido criticada por correligionários, ela não recebeu o apoio que esperava no episódio em que tomou a defesa do jovem que atirou dinheiro falto no governador José Melo, na Assembleia Legislativa do Amazonas, na ocasião da leitura da mensagem governamental. Apesar de não confirmar, ela diz que ingressou no PMDB para ajudar o partido a crescer com sua experiência e diz que manterá os amigos que fez no núcleo comunista.
O deputado estadual Dermilson Chagas, do PDT, que segundo circulou nesta semana, deixaria o partido em função da entrada de Hissa Abrahão, visto como possível candidato à Prefeitura de Manaus, foi procurado, mas não confirmou sua desfiliação. O AMAZONAS ATUAL apurou que ele vai para o PEN.