Nosso dinheiro, como pagadores de impostos que somos, não é desperdiçado apenas na corrupção que vemos no noticiário com certa frequência (como nos casos do “covidão”, inclusive aqui no nosso Amazonas). Nosso suado dinheiro dos impostos também é desperdiçado no ralo da ineficiência estatal e dos recursos públicos.
Esse comportamento de desperdício é do ser humano e não é nenhuma surpresa para Milton Friedman. O economista Milton Friedman, ganhador do prêmio Nobel de economia, nos explicou que existem quatro situações distintas para se gastar dinheiro. São elas:
1° – Quando gastamos nosso próprio dinheiro com nós mesmos; neste caso, sempre nos esforçando em fazê-lo da melhor forma possível, afinal, é o fruto de nosso trabalho, dos nossos esforços. Por isso procuramos sempre a melhor relação custo-benefício na hora de comprar qualquer produto ou serviço e evitamos desperdício.
2° – Quando gastamos o nosso dinheiro com outra pessoa, comprando um presente para alguém, por exemplo. Neste caso, sempre calculamos o valor do presente em função da importância e do merecimento da pessoa e principalmente se temos ou não condições para isso.
3° – Quando gastamos o dinheiro de outra pessoa conosco. Um bom exemplo é imaginar alguém nos oferecendo um almoço no restaurante que escolhermos. Com toda a certeza, escolheremos um restaurante melhor e mais caro do que aquele que optaríamos num dia qualquer, afinal, não seríamos nós que pagaríamos a conta.
4° – Quando gastamos dinheiro que não é nosso com outras pessoas, como por exemplo se alguém nos desse um dinheiro para comprar um presente para uma terceira pessoa ou se alguém nos mandasse fazer um serviço utilizando material que não compramos. Neste caso, não haveria nenhuma das razões acima no 1º e no 2º item, para nos preocuparmos com o bom uso desse dinheiro.
Conseguimos enxergar essa análise nas decisões do nosso dia a dia, como no exemplo do item 2 (comprar um presente para outra pessoa com nosso dinheiro).
Nitidamente, os gastos dos governos se enquadram na situação do item 4, pois políticos gastam o nosso dinheiro dos impostos com outras pessoas (algumas vezes com eles mesmos!). Isso significa que normalmente os políticos não gastam o nosso dinheiro da melhor maneira, e o desperdício e a ineficiência são consequências quase que certas.
Apenas uma situação pode tentar reduzir esse desperdício e ineficiência com o nosso dinheiro: a transparência dos gastos públicos. Quanto mais transparência nos gastos dos políticos, sejam nas prefeituras, nos governos ou nos gabinetes de deputados, mais cuidado com o uso do nosso dinheiro teremos.
Precisamos de mais transparência, para que os políticos reduzam o desperdício do nosso dinheiro dos impostos!
É como disse Margaret Thatcher, Primeira-Ministra do Reino Unido de 1979 à 1990: “Não existe essa coisa ‘dinheiro público’. Existe apenas o dinheiro do pagador de impostos”. Se o dinheiro é nosso, temos o direito de saber como está sendo gasto.
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