SÃO PAULO – Costumo ressaltar nas conversas com meus amigos, o quanto a história se repete. Parece mesmo que vivemos dentro de um ciclo vicioso e interminável de ignorância, desespero e burrice. Já faz alguns anos que comecei a ler sobre a política brasileira, de forma intensa e amistosa ainda que ao passo que ia conhecendo ficasse cada vez mais difícil olhar tudo aquilo com afeto. Nasci e fui criada dentro de uma família conservadora que eu julgo se tratar de uma cultura de extrema direita. Isso quer dizer que além de estudar sobre aquilo que eu ainda não conhecia, eu havia sido testemunha ocular de várias posições políticas em casa. Na adolescência eu defendia coisas absurdas, sem qualquer informação ou certezas baseadas em algo genuíno. Tudo, absolutamente tudo o que eu pensava e espalhava nas redes sociais eram inspirados em pessoas que falavam, afirmavam e eu acreditava ser verdades absolutas. Hoje, depois de muitos livros devorados, conversas, bate papo com cientistas políticas, percebi e entendi o que estava acontecendo. Quando observo os jovens que em largos números se espalham nas redes sociais defendendo uma política utópica de individualidade e arrogância me bate um sentimento de impotência e tristeza. Veja bem, não estou aqui posicionando-me de um lado, mas citando algo que me faz pensar bastante. Se a história nos alerta com riqueza de detalhes sobre o futuro, muito embora alguns detalhes sejam até mais graves. O que acontece é que a bolha continua flutuando na direção de uma grande fantasia enquanto os verdadeiros problemas se perpetuam no poder de forma covarde e nojenta. Enquanto uns que ainda nem atingiram a maioridade gritam palavras de ódio contra quem não concorda com eles no Facebook, outros inventam motivos vazios para justificar um posicionamento bobo e agressivo. Como todo grupo, esses jovens também têm seus ídolos, Jair Bolsonaro que é quem eles chamam de ‘mito’ coleciona um bom número de escândalos envolvendo suas declarações polêmicas, como “‘Seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo. Se um casal homossexual vier morar do meu lado, isso vai desvalorizar a minha casa! Se eles andarem de mão dada e derem beijinho, desvaloriza” – em 2011, quando deu entrevista à Playboy. ‘Eu defendo a tortura. Um traficante que age nas ruas contra nossos filhos tem que ser colocado no pau-de-arara imediatamente. Não tem direitos humanos nesse caso. É pau-de-arara, porrada. Para sequestrador, a mesma coisa. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico” – em 2000, quando defendeu a tortura e o pau-de-arara da época da Ditadura Militar. Além dos inúmeros jovens que são líderes a frente do movimento de direita, hoje eles também contam com o apoio de Alexandre Frota que carrega um número significativo de admiradores da direita conservadora cristã política. E o número tem a tendência de crescer, uma pesquisa revela que a periferia já se diz de direita, ainda que seus posicionamentos sejam contrárias as necessidades dessas mesmas pessoas. Alguns homossexuais também apoiam a direita cristã, ainda que o movimento se oponha as suas ideologias. A direita política é fantasiosa porque ela não têm militância, têm fan-club. Aqueles tipos de seguidores que estão lá por algum motivo, mas ainda não descobriram o porquê.
Fora aos exageros, um candidato tem que ter muitas outras qualidades, porém defendo que a maioria não pode ter sua opinião suprimida pela minoria e que o regime que vivemos precisa aplicar a meritocracia sempre, não deixando de aplicar ações sociais desde que de forma inteligente para não tirar os bons costumes dos que preferem ganhar seu dinheiro com dignidade, com o capitalismo democrático basta que você use sua influência para que os jovens não percam seu tempo com futilidades.