Do ATUAL
MANAUS – A Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) considera a região um desafio para a evangelização e defende uma atuação ampla e servidora da Igreja Católica.
Para o arcebispo de Manaus e presidente da CEA, cardeal Leonardo Steiner, o desafio pode envolver ainda mais as Igrejas e “pensar nos encontros possíveis entre as Igrejas particulares para buscar um diálogo maior, entre nós, mas também com as outras Igrejas do Brasil e as outras igrejas da Pan-Amazônia”.
A intenção é tornar possível o sonho do papa Francisco de expandir o catolicismo na região. “Esses sonhos nos ajudam a sonhar uma Igreja verdadeiramente samaritana, servidora, comprometida com a vida de todos e a vida da Criação”, disse o arcebispo de Porto Velho (RO), dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário.
A integração religiosa foi debatida em Manaus na última semana. Os bispos avaliaram ações e projetos do quadriênio 2019-2023. Entre os temas está a crise humanitária dos yanomamis e as grandes periferias das cidades.
Para dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo de Itacoatiara (AM), a CEA ainda tem alguns desafios a serem superados como “fazer a Igreja do Brasil olhar para nós (Amazônia)”. Ele lembrou de frase do papa Paulo VI, que diz: “Cristo aponta para a Amazônia”. “Junto com isso que essa Comissão surgiu, com esse objetivo de fazer uma integração entre nós que estamos aqui e as outras igrejas locais no Brasil inteiro.
Criada em 2003 para conscientizar e sensibilizar a Igreja no Brasil sobbbre a complexidade amazônica, em 18 anos a Comissão Episcopal realiza ações de incentivo a missões de catequese na região.
A assessora de Comunicação da CEA, Maria Irene Lopes, disseque a entidade tem o papel de fazer com que a Igreja da Amazônia seja vista fora dela. “É uma Comissão que ajuda os bispos e também os territórios a pensar um pouco a realidade amazônica”.
Leonardo Steiner pontua que o encontro quer ser, também, uma oportunidade de dialogar sobre o futuro da Comissão e a relação do grupo com a Conferência Eclesial da Amazônia.
“A Amazônia ainda é um assunto que causa um pouco de estranheza em muitos dos bispos e da Igreja mesmo como um todo”, avaliou José Ionilton. Ele alega argumenta: “Nosso desafio é fazer com que, cada vez mais, a gente consiga levar para a Igreja do Brasil, das outras regiões, a necessidade e a importância da missão como Igreja Católica aqui na Amazônia”.
Dom Evaristo Spengler, arcebispo de Roraima, defendeu mais debate sobre o Sínodo para a Amazônia como ponto a ser considerado nas reflexões de avaliação. “Além do caminhar juntos como povo de Deus, o papa insiste muito numa Igreja não tão clerical, que seja de fato uma Igreja povo de Deus, conforme o Vaticano II, mas também as questões ambientais, as questões ecológicas, as questões culturais, sociais, é algo que o Sínodo para a Amazônia enfrentou”, destacou.
Além das reflexões, o grupo prepara uma avaliação da caminhada a ser apresentada na Assembleia Geral da CNBB no mês de abril.