MANAUS – A PM (Polícia Militar) iniciou a desocupação de um terreno na rua Dulce Prestes, no bairro Águas Claras, zona norte de Manaus, na manhã desta terça-feira, 15. A medida se deu em atendimento a um mandado de reintegração de posse. Três famílias vivem no local. A irmã de um dos moradores, a instrutora Luana Serrão, 32, informou que uma senhora de 52 anos foi agredida durante a ação policial e prestou queixa na delegacia próxima ao bairro.
As fotos do imóvel mostram que ele foi parcialmente destruído, assim como o comércio construído em frente a ele e um apartamento que ficava atrás da casa do autônomo Jhonison de Souza Serrão, 29.
De acordo com Luana, a reintegração de posse começou às 9h e seguiu até às 11h, com a presença de oficiais de Justiça que não chegaram a apresentar um mandado. Na ocasião, a sogra de Jhonison tentou filmar com um celular a ação da polícia, mas foi detida. “Ela (Valdemira Rodrigues, 42) foi algemada e agredida. Depois, foi levada para a delegacia. Um grupo de mulheres aqui da rua foi à delegacia fazer pressão e ela acabou solta, mas foi ao IML (Instituto Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito e depois iria prestar queixa contra os policiais militares”, relatou.
O terreno foi adquirido há alguns anos por Jhonisos através de uma mulher identificada como Silma Braga. Em janeiro deste ano, a polícia esteve na casa do autônomo para executar a reintegração, com base em liminar expedida após denúncia do proprietário da área, que não teve o nome informado.
A família de Jhonison ingressou com pedido de suspensão da liminar, mas , segundo Luana, uma nova decisão determinou a desocupação da área. “Só que a polícia chegou aqui e simplesmente pediu para ele tirar as coisas da casa. Os policiais ajudaram a colocar tudo na rua e depois quebraram a casa toda. Quando a imprensa chegou, eles ficaram intimidades e foram embora. Mas antes disso, cortaram o abastecimento de energia”. Ela não soube informar o nome do juiz que autorizou a desocupação e nem dos oficiais de Justiça que estiveram no local. “Eles não nos apresentaram o documento”, frisou.
A reportagem do AMAZONAS ATUAL fez contato com a assessoria da Polícia Militar para comentar o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.