
Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Após receberem denúncia de maus-tratos contra um casal de cães da raça pitbull, no último domingo (23), no município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), policiais militares foram ao local indicado e encontraram os animais abandonados e desnutridos. Eles estavam presos em fios de aço.
A fêmea, que estava grávida, não resistiu à fome e morreu no local. O macho foi resgatado com vida e está sob cuidados de uma ONG que atua no município.
O caso foi acompanhado por voluntários da APUP (Associação Patinhas Unidas). Segundo Pedro Miguel Souza, gestor da ONG, no dia em que a polícia foi ao local para resgatar os animais, não havia ninguém na casa.
Na segunda-feira (24), um dos donos foi localizado e informou que os animais estavam sob responsabilidade da ex-mulher dele, de quem tinha se separado há três meses. Ele contou que estava morando em outra residência e que a mulher não deixou ele levar os cães.
“Eu já conversei com o antigo dono, que informou que já tinha ido embora há cerca de três meses e a ex-esposa ficou responsável pelos cães. Ele já veio aqui, ficou bastante chocado com o caso. Ele ficou de nos ajudar com o tratamento do cachorro”, disse Souza.
Segundo o gestor da ONG, a mulher também foi localizada e informou que havia viajado para o interior do município. “Ela vem conversar comigo hoje para a gente ver como pode fazer, pois ela está em risco de ser presa ainda. O animal morreu por fome. É considerado maus-tratos, que é crime”, disse.
Os responsáveis pelos animais responderão por maus-tratos a animais. “O delegado está esperando que ela (a mulher) vá lá para fazer a confissão e dar seguimento ao processo, porque ela vai ter um processo criminal pelo óbito do animal. Não tem como escapar. Nós estamos a ver como fazemos agora com o cão que está vivo”, disse o gestor da APUP.
O cão que sobreviveu estava com 18 quilos. Conforme Souza, um pitbull saudável pesa em torno de 30 quilos. O animal é dócil.

O cão, que atende pelo nome “Barão”, recebeu os cuidados de uma veterinária da ONG ainda no domingo e deu entrada no abrigo na segunda-feira (24). Além da desnutrição severa, o animal foi diagnosticado com TVT (Tumor Venéreo Transmissível), um tumor maligno contagioso. Ele ficará 60 dias no abrigo, sob cuidados dos voluntários.
“Aparentemente, ele vai sobreviver. Vamos trabalhar para isso”, disse Souza.
De acordo com o gestor da ONG, o animal precisa engordar para passar por uma quimioterapia. “Ele está com TVT. Nós não temos como começar a quimioterapia porque ele não vai aguentar por causa da extrema magreza. Está com 18 quilos”, afirmou o gestor da ONG.
“Se a gente começar a quimioterapia agora, o cão vem à óbito. Nós vamos engordá-lo. Estamos a hidratá-lo, a dar vitaminas e a alimentá-lo bem para que em breve a gente possa começar o tratamento com a quimioterapia, depois ser castrado e ficar salvo da doença. Mas ele não está fora do risco”, completou Souza.
Pedido de prisão
A deputada estadual Joana Darc (PL) pediu a prisão dos responsáveis pelos animais. “Mais um caso de maus-tratos chegou até mim. Eu recebi essa denúncia e fiquei muito revoltada porque as pessoas não dão um dia de paz para os animais. Mas esse crime não ficará impune. Os responsáveis já foram identificados e a polícia segue em busca para que respondam por esse crime. Nós não vamos parar até encontrar essas pessoas. Cadeia para maus tratos”, disse a deputada.
A deputada se prontificou a ajudar nas despesas com o tratamento do animal, incluindo medicamentos e alimentação que, segundo Souza, será em torno de R$ 1,130 mil.
A ONG está recebendo doações para ajudar o Barão e outros animais através do PIX: 24954603000190 (CNPJ). Para mais informações, clique AQUI.
A Polícia Civil do Amazonas informou que os responsáveis pelo animais foram notificados a prestar depoimento na DIP (Delegacia Interativa de Polícia de Parintins), e caso seja comprovada a responsabilidade deles no ato criminoso, os mesmos irão responder pelo crime.
Leia a nota na íntegra:
Em atenção à sua demanda, conforme o delegado Adilson Cunha, titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Parintins (a 369 quilômetros da capital), as investigações em torno do caso de maus-tratos a animais, ocorrido naquele município, seguem em andamento pela Polícia Civil.
A autoridade policial relatou que o caso veio à tona na terça-feira (25/01), por meio das redes sociais e grupos de um aplicativo de mensagens instantâneas. Com base nisso, policiais militares iniciaram as diligências e constataram que dois cachorros estavam sendo maltratados.
Um dos cachorros foi a óbito, e o outro foi encaminhado a Organização Não Governamental (ONG) Patinhas Unidas, onde permanecerá até o fim das investigações.
O delegado ressalta que os responsáveis pelo animais foram notificados a prestar depoimento na unidade policial, e caso seja comprovada a responsabilidade deles no ato criminoso, os mesmos irão responder pelo crime. Neste momento, mais informações não podem ser repassadas.