Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A Operação Rastreamento, deflagrada pela SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) nesta quinta-feira, 11, vai levar de volta ao regime fechado 14 detentos do regime semiaberto que cumpriam pena com uso de tornozeleiras eletrônicas, mas violaram o equipamento. Eles foram presos nesta quinta e apresentados à tarde à imprensa na Delegacia Geral da Polícia Civil, em Manaus.
Os mandados de prisão foram cumpridos em bairros das zonas norte, leste, sul e oeste de Manaus. A polícia também cumpriu mandados nas zonas rurais dos municípios de Careiro e Iranduba. Alguns detentos retiraram as tornozeleiras e outros danificaram o equipamento.
O secretário de segurança Pública do Amazonas, coronel da Polícia Militar Amadeu Soares Júnior, disse a polícia vai continuar a operação nas próximas semanas no interior do Amazonas. Segundo o secretário, o sistema de monitoramento das tornozeleiras também indicaram que os presos estavam próximos dos locais de crimes cometidos nas últimas semanas.
O secretário da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), coronel Cleitman Coelho, disse que a ação tem cunho educativo para os cerca de dois mil detentos que usam a tornozeleira. “Com certeza, quem está vendo essa matéria hoje vai pensar duas vezes antes de violar esse equipamento, porque sabe o prejuízo que traz para ele diante do Poder Judiciário”, afirmou o secretário.
Violação de tornozeleiras
Os detentos com tornozeleiras eletrônicas monitorados pela Seap também são acompanhados, em tempo real, pelo CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) da SSP-AM. O monitoramento acompanha e fiscaliza a rotina e o cumprimento das medidas judiciais.
De acordo com o secretário Cleitman Coelho, de 2 mil presos do semiaberto que usam a tornozeleira eletrônica, aproximadamente 200 já violaram o equipamento. Ele explica que as violações são filtradas e, dependendo do nível do dano, a regressão é determinada pela Justiça. “Esses 16 [mandados de prisão – dois não foram cumpridos] são níveis mais graves e cabem a regressão, porque foi provado que o dano foi intencional. Nesses casos, o juiz decretou a regressão para o regime fechado. Tem muitos que causam a violação, mas são punidos de outra forma”, afirmou o secretário.
Cleitman disse que o Estado ainda não encontrou outra forma de monitorar os presos e que o modelo utilizado no Amazonas ainda está em fase de aperfeiçoamento. “Está muito recente ainda a aplicação desse modelo, porque isso temos essas falhas. Acreditamos que num período de tempo maior nós tenhamos um número muito pequeno de reincidência como outros estados, a exemplo que o Paraná tem hoje”, disse Coelho.