MANAUS – A Polícia Militar, uma corporação com um efetivo de 10 mil homens e mulheres, virou o alvo principal de políticos em busca de voto nas eleições gerais deste ano. Na semana passada, uma audiência pública para ouvir as reivindicações da tropa foi transformada em palanque político, com discursos oportunistas e inflamados. Nesta terça-feira, 6, quando a ALE inicia os trabalhos em plenário, o deputado Cabo Maciel (PR), que sempre se elegeu apoiado pelos militares e seus familiares, xingou o secretário de Segurança Pública, Bosco Saraiva (Solidariedade), a quem chamou de “um político na Secretaria de Segurança”. Faltou à assessoria do deputado informá-lo que o cargo de secretário é político. Outro parlamentar que tenta ganhar a confiança da tropa da PM é Platiny Soares (DEM), que se elegeu graças a uma articulação com o comando da PM. Nas eleições de 2014, o próprio governador José Melo (Pros) foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por uso indevido da Polícia Militar nas eleição. Por decisão da Justiça Eleitoral, o comando da PM foi afastado, e Melo e coronéis da corporação respondem, até hoje a processo que se arrasta no Tribunal Regional Eleitoral por quase quarto anos. O uso eleitoral da PM tem uma explicação: considerando os eleitores das famílias dos policiais, são pelo menos 40 mil votos.