
Por Camila Zarur e Italo Nogueira, da Folhapress
RIO DE JANEIRO – A Polícia Federal deflagrou nova operação, nesta sexta-feira (4), no âmbito da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A ação mira agora a suspeita de um esquema de exploração de ligações ilegais de internet e TV a cabo, o chamado gatonet.
Um dos alvos da operação é o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso na semana passada por suspeita de envolvimento na morte de Marielle e Anderson. Suel, como é conhecido, também é suspeito de ter um esquema de gatonet junto com o policial reformado Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que mataram a vereadora.
A PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do ex-bombeiro nesta manhã. A mulher de Suel, Aline Siqueira, também foi alvo da operação nesta segunda-feira. Ela irá prestar depoimento na sede da Polícia Federal.
Procurada pela reportagem na manhã desta sexta, a defesa do casal não havia se manifestado até a publicação deste texto.
Marielle e Anderson foram mortos a tiros na noite de 14 de março de 2018, quando o carro em que estavam foi alvejado enquanto passava pelo Estácio, no centro do Rio. Um ano depois das mortes, Ronnie foi preso acusado de ter atirado contra a vereadora e o motorista. Junto com ele, também foi preso o ex-PM Élcio de Queiroz, suspeito de dirigir o carro usado no crime.
Cinco anos depois, a Polícia Federal instaurou um novo inquérito para apurar o caso, junto com o Ministério Público do Rio. Os desdobramentos da investigação se baseiam no acordo de colaboração firmado por Élcio em junho deste ano.
Na delação, Élcio afirmou que Suel participou das campanas para monitorar Marielle desde, pelo menos, o segundo semestre de 2017. O ex-bombeiro, segundo o delator, também teria ajudado a desmanchar o carro usado no crime.
Suel já cumpria prisão domiciliar após ter sido condenado por tentar atrapalhar as investigações do caso.
Segundo a PF, o ex-bombeiro e Ronnie teriam um esquema de gatonet na comunidade Jorge Turco, em Rocha Miranda, na zona norte do Rio. A prática, típica da milícia, se resume em explorar receptações ilegais de sinais de TV e de internet, que são distribuídas a moradores de um bairro ou região mediante pagamento de taxas extras.
Não quer falar? Tem que jogar a chave fora. Assassino, como vai ficar provado, bandido e explorador de gatonet na periferia onde quem não assina esse tipo de serviço compulsoriamente, morre. Tem um apê de 2 milhões na Barra mas foi preso numa mansão luxuosa de três andares com piscina como se pôde ver nas cenas filmadas pela televisão. O mais puro exemplar de uma milícia calhorda, abjeta e arrogante que mostra até onde pode chegar um reles sargento dos bombeiros ou um PM carioca quando está khgando e andando para a justiça, em uma cidade em que juízes já morreram metralhados e o sistema (inclusive o federal) não coloca o funcionário público, desde que armado, em seu lugar. Em qualquer país do mundo, bastaria o patrimônio de um pilantra desse naipe para colocar o sujeito atrás das grades. No Brasil, e principalmente no Rio de Janeiro um policial ou bombeiro – que deveria atuar salvando vidas – ter um padrão de vida desses não chama a atenção nem sequer de quem deveria investigá-los. Tem que criar uma SWAT pra Receita Federal, todo mundo mascarado e bem armado pra acordar esses vagabundos em casa, de madrugada, com metralhadora na fuça e levar direto pro aeroporto e para um Presidio Federal em outro Estado. Não precisa esperar matar ninguém para começar a combater essa corja no Rio de Janeiro e em outros lugares do Brasil embora ela tenha avançado muito sobre o poder nos últimos cinco anos.