Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Em resposta ao TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), a delegada de Polícia Federal Juliana Carleial Mendes Cavaleiro se manifestou contra o pedido de escolta policial feito pelo jornalista Wilson Lima (PSC), candidato a governador do Amazonas. Segundo a delegada, “não incube à Polícia Federal” a segurança no âmbito do pleito eleitoral aos candidatos a governador.
A solicitação foi feita na última segunda-feira, 22, depois que a Polícia Civil divulgou vídeo em que o traficante Diellisom Weendril Alves Pinheiro, o Didi, preso na Operação Navalha, afirmou que R$ 12 mil apreendidos com ele seriam usados para compra de votos a favor de Wilson Lima no município de Codajás (a 239 quilômetros de Manaus).
A defesa do candidato do PSC afirmou que ele se sentia ameaçado e por isso pediu proteção à Polícia Federal.
A delegada explica que a função da Polícia Federal é a investigação e o exercício das funções de polícia judiciária da União, conforme previsto no artigo 144 da Constituição Federal. Juliana Carleial também afirma que a proteção a pessoas pela Polícia Federal deriva de “normas infraconstitucionais e caracteriza-se pela excepcionalidade e temporariedade”.
Ainda conforme a delegada, a Polícia Federal protege vítimas e testemunhas ameaçadas no âmbito do Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, de visitantes oficiais, estrangeiros em passagem pelo país reconhecidos pelo Ministério das Relações Exteriores, ministros de Estado e chefes dos Poderes da República, membros do Ministério Público e magistrados, em situação de risco, quando ameaçados no exercício da função, e candidatos à Presidência da República.
Juliana Carleial diz que o número de policiais para fazer a segurança não é decidido ou solicitado pelo protegido. Isso porque, segundo ela, a determinação da quantidade é definida pelo plano de proteção que avalia a residência, trajetos hábitos e possíveis cenários de ameaças.
No pedido de informação enviado à Polícia Federal, o presidente do TRE-AM, desembargador João Simões, também solicitou proteção ao candidato à reeleição, Amazonino Mendes (PDT).