Da Redação
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas investiga porque um funcionário da Prefeitura de Eirunepé (a 1.160 quilômetros de Manaus) aceitou dar R$ 60 mil para receber R$ 300 mil sem desconfiar do caráter absurdo da troca. O golpe envolveu dinheiro falso e a prisão de Sebastião Nunes de Freitas, 49, e Lucélio Cabral, 43, por estelionato.
Os delegados Guilherme Torres e Denis Pinho, diretor e diretor-adjunto, respectivamente, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), informaram que as circunstâncias da negociação serão apuradas. “Iremos investigar se houve ou não convênio para essa transação. Existem instruções do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE) que devem ser seguidas. Inclusive, estão previstas na Lei de Licitação, ou seja, não é permitido firmar um acordo desses sem documento algum, burlando todas as etapas do processo licitatório”, disse Torres.
Conforme Guilherme Torres, o funcionário da Prefeitura de Eirunepé recebeu uma ligação de Sebastião dizendo que pretendia investir certa quantia em dinheiro no município. O delegado explicou que a partir desse primeiro contato, os infratores e o agente público marcaram um encontro em um hotel no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus. “No local combinado, Sebastião informou que teria R$ 300 mil em espécie para repassar à Prefeitura de Eirunepé, mas que precisaria de uma contrapartida de 20%, o equivalente a R$ 60 mil. Os infratores entregaram os R$ 300 mil e receberam apenas R$ 40 mil. Quando chegou na casa onde mora, o assessor constatou que as cédulas eram falsas”, explicou Torres.
A partir daí, o assessor começou a procurar Sebastião e Lucélio. Na madrugada desse domingo, 19, por volta de 1h, o assessor foi até o Aeroporto Internacional de Manaus Eduardo Gomes e viu dupla a caminho da sala de embarque. Sebastião e Lucélio iriam viajar para Goiás. Agentes da Polícia Federal foram acionados e os prenderam.
“Identificamos indícios de crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro, motivo pelo qual representamos, junto ao Plantão Criminal, mandados de prisão preventiva em nome dos infratores. Quero ressaltar a agilidade em que as ordens judiciais foram decretadas”, disse Torres.
Os mandados de prisão preventiva em nome de Sebastião e Lucélio foram expedidos ontem, pela juíza Andrea Jane Silva de Medeiros, do Plantão Criminal. Com a dupla foram recuperados R$ 17,610 mil. Também foram apreendidos os R$ 300 mil em notas falsas.