
Do ATUAL
MANAUS – O delegado Gerson Oliveira, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros do Amazonas, disse nesta sexta-feira (27) que o revólver utilizado pelo sargento Edersson Oseias Cordeiro Lira, da Polícia Militar, para matar o jovem Kennedy Cardoso, de 22 anos, não era de uso da corporação e não foi encontrada.
Gerson Oliveira disse que o sargento não revelou o paradeiro da arma, mas admitiu que é um revólver. “Ele não soube informar o paradeiro dessa arma, é um revólver calibre 38, mas não é uma arma da corporação”, afirmou o delegado. Edersson trabalhava no 23º DIP (Distrito Integrado de Polícia).
Segundo o delegado, a versão do PM no depoimento é contraditória à de testemunhas. Conforme Gerson Oliveira, o sargento disse que agiu em legítima defesa após um desentendimento com o jovem Kennedy e ao ser atacado por ele. “Ele [sargento] disse que houve um desentendimento e a vítima teria insurgido contra ele. O PM teria efetuado dois disparos contra ele [vítima]”, disse o delegado.
Ainda conforme o delegado, o policial militar disse que não estava bêbado no momento do crime, mas que consumiu bebidas alcoólicas. “[O sargento] não admitiu que estava embriagado, mas durante o depoimento ele disse que ingeriu uma determinada quantidade de bebida alcoólica e foi ao local para encontrar as filhas”, relatou Gerson Oliveira.
A versão contada por testemunhas é de que o sargento chegou e cumprimentou todos os presentes na festa de Natal. Quando estava indo embora, ele parou na frente de Kennedy e perguntou “se ele era vagabundo”.
Kennedy então respondeu perguntando se ele tinha cara de vagabundo. O policial sacou a arma e efetuou um disparo na cabeça do jovem. Ele também fez outros dois disparos. Uma mulher e um homem ficaram feridos. Gerson Oliveira disse que o homem prestou depoimento, mas a mulher ainda não, pois está hospitalizada. Segundo o delegado, o PM relatou que disparou de novo para evitar se atacado pelas demais pessoas.
“Pelo nervosismo ele não soube precisar quantos disparos foram efetuados lá. Ele acredita que foi só mais um, que pegou na vítima lesionada. Ele disse que tomou conhecimento disso apenas aqui [na delegacia]. […] Ele disse assim: ‘olha, eu efetuei dois disparos contra a vítima e ouvi só mais um porquê partiram pra cima de mim depois’”, disse o delegado.
Durante a entrevista coletiva de Gerson Oliveira na delegacia, Edersson foi retirado de uma sala para ser levado à audiência de custódia. Nesse momento, um homem agrediu o PM com socos. Rapidamente, policiais militares que estavam na delegacia contiveram o homem e colocaram o sargento de volta na sala e isolaram o acesso. O agressor não foi identificado.