Da Folhapress
SÃO PAULO, SP – O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, apresentou nesta quinta-feira, 1º, um plano de reconstrução da Venezuela num cenário pós-Maduro e defendeu medidas que incluem a abertura do mercado de energia daquele país para o setor privado.
Ross apresentou o que a administração Donald Trump considera as prioridades para ajudar e modernizar a Venezuela caso o regime do ditador Nicolás Maduro chegue ao fim e seja substituído pelo autoproclamado presidente Juan Guaidó.
“A infraestrutura da Venezuela tem necessidades bem mais agudas do que qualquer outro país da América Latina por conta de anos de negligência e de má administração”, declarou Ross.
O secretário norte-americano citou uma série de deficiências da economia chavista, como a inflação galopante, infraestrutura deficiente, colapso dos serviços públicos e a diáspora de venezuelanos. Ele destacou, no entanto, que os recursos naturais permanecem no país, o que deixa uma porta aberta para a recuperação da economia.
“A boa notícia é que os mesmos recursos naturais que estavam lá originalmente ainda estão. Eles só precisam ser reabilitados da terrível má administração que ocorreu”, declarou.
Ele disse ainda que, num cenário de mudança de regime, “a necessidade inicial de ajuda será considerável para fazer com que a engrenagem volte a girar”. Por diversas vezes, ele utilizou o termo “reverter o socialismo” como o objetivo das ações preparadas pela administração Trump.
“Para colocar em perspectiva: ainda há cerca 300 bilhões de barris de petróleo lá. Se você os colocar a US$ 5 o barril, isso significa US$ 1,5 trilhão em valor. Temos assim um grande contraste entre uma economia extremamente pouco equipada e enormes valores subterrâneos. Além do petróleo, também há ouro, vocês leram algo sobre isso na imprensa ultimamente”, acrescentou.
Ross, que realiza uma visita oficial ao Brasil, participou na manhã desta quinta do Latin American Leadership Forum, evento sobre projetos de infraestrutura que acontece em Brasília.
O secretário disse ainda que, com uma troca de poder na Venezuela, os Estados Unidos estão dispostos a remover as sanções que hoje recaem sobre o país vizinho para ajudar na recuperação econômica e o governo de Guaidó.
Ao listar o que ele considera os principais pontos que precisam ser adotados para a reconstrução do país sul-americano, ele citou a abertura para o setor privado do setor de energia -hoje controlado pelo governo chavista.
“No campo da energia, para efeito imediato, é necessária a liberalização do setor para trazer empresas privadas para a nova lei de hidrocarbonetos que está sendo analisada na Assembleia Nacional” (controlada pela oposição).
“A Venezuela continuará a deteriorar até que o governo de Juan Guaidó, reconhecido internacionalmente, implemente as reformas econômicas, políticas e sociais que são necessárias.
Ross também citou que será necessário colocar em prática um plano de estabilização macroeconômica e de revitalização da agricultura do país vizinho.
“Recuperar o crescimento será um processo longo que tem como base os esforços iniciais”, disse Ross.