MANAUS – Antes da chegada das vacinas, antes, ainda, da aprovação do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância em Saúde), autoridades brasileiras, do Estado do Amazonas e da Prefeitura de Manaus arrotavam aos quatro cantos que estava tudo preparado para o início da vacinação, assim que ela fosse liberada pelo Ministério da Saúde.
Os fatos derrubaram o discurso. Nenhum planejamento foi executado a contento na execução da aplicação das doses de vacina. A Prefeitura de Manaus começou por uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e depois as pessoas vacinadas passaram a exibir imagens nas redes sociais.
A falta de critério provocou uma onda de fake news que não se viu em lugar nenhum do mundo sobre a burla dos critérios pré-estabelecidos a partir do risco que os vacinados estão submetidos.
Um planejamento de verdade deveria definir, primeiro, quais unidades de saúde deveriam por primeiro receber as equipes de vacinação. Depois, nesses hospitais prioritários, quem deveria receber a vacina por primeiro. Essa fila deveria levar em consideração as pessoas que estão mais expostas e em maior contato com os doentes de Covid-19.
Nada disso foi feito. Houve ações apressadas para mostrar que a vacinação começou, uma corrida para quem aplicaria a primeira vacina.
Faltou um dialogo maduro entre os órgãos responsáveis pela vacinação do Governo do Amazonas e da Prefeitura de Manaus.
Ao olharem cada um para o próprio umbigo na tentativa de ganhar os holofotes, escorregaram feio e deram margem às críticas infundadas, à desconfiança, à maledicência, às fake news, que nesses tempos sombrios ganham ares de verdade em segundos.
Ainda há tempo de corrigir os erros.