Da Redação
MANAUS – Pesquisa feita pela consultoria educacional Macedo de Castro entre escolas estaduais e privadas do Amazonas revela que enquanto a primeira colocada no Enem 2018 da rede estadual marca uma média 579,53 pontos, a última posição das particulares tem 587,83 pontos.
De acordo com George Castro, responsável pela consultoria, há uma série de deficiências que fazem parte da rotina das escolas públicas que afetam o desempenho. “As redes estaduais no Brasil têm problemas de estrutura, de qualificação docente, de material didático, fora os problemas sociais que os alunos já trazem. Isso impacta no resultado”, explica.
Para George Castro, os números são um critério para justificar a aplicação de cotas. “São realidades socioeconômicas dos alunos distintas, são realidades estruturais distintas, então isso impacta diretamente no resultado. Esse é um dos motivos que justifica a existência das cotas”, afirma.
Posição do Amazonas
George Castro explica que em levantamentos recentes o Amazonas está em posições cada vez mais baixas em relação aos outros estados. “Quando fazemos o levantamento por estado, o Amazonas tem caído de colocação. Quando eu comparo as redes estaduais, o que percebemos é que a rede estadual amazonense tem diminuído em relação às outras”, afirma.
Segundo Castro, isso aponta a falta de políticas públicas. “Isso indica o que? Falta de política pública. Sem uma política de estado, sem um projeto que envolva formação de professor, o envolvimento do aluno nessa atmosfera que é a importância do Enem não há como os resultados avançarem”, diz.
O consultor cita exemplos de outros estados brasileiros onde incentivos reduziram essas diferenças. “Os estados do Ceará, Minas Gerais e Goiás, nesses três estados percebemos que a diferença da rede pública e rede privada diminuiu. Porque existe uma política de estado voltada para o Enem nas escolas de ensino médio”, explica.
Escolas Federais
O ensino público com maior qualidade está nas instituições federais, diz George Castro. “Os institutos federais e o colégio militar (federal), eles vão sempre ter uma média maior que as escolas estaduais e às vezes até que as privadas. Porque as escolas federais têm boa estrutura, os professores têm boa remuneração, geralmente para os alunos entrarem passam por um processo seletivo”, diz.
Segundo George Castro, escolas com seleção prévia possuem vantagens. “Toda vez que você seleciona os alunos você já está garantindo o resultado de mediano para bom no final. É diferente de uma escola que aceita alunos que muitas vezes têm deficiências de aprendizagem, realidades socioeconômicas muito distintas, dificuldades acumuladas ao longo de todo o ensino fundamental”, explica.
Veja a colocação das escolas estaduais e particulares no Amazonas: