Da Redação
MANAUS – Petroleiros dos 13 sindicatos filiados à FUP (Federação Única dos Petroleiros) decidiram entrar em greve a partir da zero hora deste sábado, 1º. A categoria reivindica a revisão do fechamento da Ansa/Fafen-PR e o cumprimento de cláusulas de Acordos Coletivos de Trabalho da Petrobrás e suas subsidiárias, como a Ansa.
Conforme a FUP, a paralisação da Fafen-PR, anunciada pela Petrobrás em 14 de janeiro, surpreendeu a categoria. O fechamento da unidade, diz a FUP, vai causar a demissão de mil pessoas.
O fechamento da Fafen-PR ainda ameaça outros 2 mil empregos nos setores de comércio e serviços no município de Araucária, onde a fábrica está instalada, e em outras cidades da região metropolitana de Curitiba, diz a entidade.
Segundo dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), somente Araucária vai sofrer impacto negativo de R$ 75 milhões anuais com a demissão dos trabalhadores da Fafen-PR e a perda de suas rendas. O impacto negativo anual em ICMS sobre os cofres do governo do estado do Paraná pode chegar a R$ 50 milhões.
Os petroleiros ainda reivindicam que a Petrobrás cumpra outras negociações obtidas no fechamento do ACT, em novembro, que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A empresa vem tomando decisões por conta própria e não negocia com a categoria questões como tabela de turno, banco de horas, plano de saúde e participação nos lucros, o que havia sido determinado pelo TST.
A campanha ainda chama a atenção para a desindustrialização do país que a redução dos investimentos da Petrobrás vem provocando. Os R$ 104,4 bilhões que a empresa investiu em 2013 caíram para R$ 49,4 bilhões em 2018, afetando diversos segmentos de fornecedores de bens e serviços da cadeia de óleo e gás.