Da Redação
MANAUS – Maioria de indecisos e vantagem do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), que tenta a reeleição, sobre Marcelo Ramos (PR), são informações comuns às quatro pesquisas de intenções de voto à Prefeitura de Manaus divulgadas no intervalo de 30 dias. Outra coincidência é o empate entre vários candidatos e a superioridade de Arthur sobre os demais concorrentes em um eventual segundo turno, com exceção de uma consulta em que o prefeito perderia para Ramos por uma diferença mínima. Uma quinta sondagem, feita pelo aplicativo VotoApp, não considerou o segundo turno.
Individualmente, os levantamentos mostram números díspares. Ora a diferença entre o primeiro e segundo colocados aumenta, ora diminui. Em relação aos demais candidatos, a discrepância é ainda maior. Especialistas em estatísticas dizem que a dessemelhança pode ser influenciada pela metodologia das pesquisas, pelo número de entrevistados e locais de coleta das informações.
No levantamento do VotoApp, por exemplo, feito no dia 15 deste mês e registrado no TRE com o nº AM-02534/2016, mostra uma diferença de 4 pontos percentuais entre Arthur Neto, com 26,5%, e o segundo colocado Marcelo Ramos, com 22,9%, se o primeiro turno fosse hoje. Na sequência, aparecem José Ricardo (PT), com 7,8%; Hissa Abrahão, com 6,7%; Henrique Oliveira, com 4,2%; Silas Câmara, com 2,1%; Brancos, 6,7%; Não Sei, 11,8%; Não Opinou, 11,3%. Professor Queiroz, Luiz Castro e Serafim Corrêa não apareceram na preferência do eleitor, nessa pesquisa, divulgada pelo portal Correio da Amazônia.
Na primeira pesquisa, divulgada no dia 26 de julho, Arhur Neto obteve 27,3% (32,2 dos votos válidos) contra 12,6% (15% dos votos válidos) do deputado federal Marcos Rotta (PMDB). A consulta foi feita pelo Instituto Diário de Pesquisa, entre os dias 19 e 20 de julho, com 800 eleitores, e antes das convenções partidárias, portanto antes de Rotta integrar a chapa de Arthur como vice-prefeito. Nesse cenário, as candidaturas não estavam definidas.
Em um eventual segundo turno entre Arthur Neto e Marcos Rotta, o Instituto Diário apurou que o prefeito teria 39% dos votos e o deputado federal também, 39%, em empate técnico. Na disputa entre Arthur Neto e Marcelo Ramos em um eventual segundo turno, o prefeito obteve 42,5% contra 30,4% do ex-deputado estadual. Ainda em cenários para o segundo turno, Arthur teria 43,6% e Hissa Abrahão, 28,5%; contra Henrique Oliveira, o prefeito teria 44% e o vice-governador, 25,8%.
Seis empatados
No dia 12 deste mês, a Rede Tiradentes/DMP Design Marketing e Propaganda Ltda. divulgou sondagem com 809 eleitores, consultados no período de 6 a 9 de agosto. Nesse estudo, os índices foram menores. No primeiro turno, Arthur Neto teria 12,86% e Marcelo Ramos, 7,05%. Esses índices foram obtidos em consulta espontânea, em que não são citados nomes de candidatos ao eleitor. Os outros que foram mencionados ficaram com os seguintes percentuais: Silas Câmara (4,45), Henrique Oliveira (1,48%), Marcos Rotta (0,87%), Hissa Abrahão (0,74%), Serafim Corrêa (0,37%), Eduardo Braga (0,25%) – ele não é candidato, Rebecca Garcia (0,12%) – também não é candidata, Amazonino Mendes (0,12%) – outro que não concorre à Prefeitura, José Ricardo (0,12%), Alfredo Nascimento (0,12%) – não é candidato, Wilson Lima (0,12%) – também não concorre, e Luiz Castro (0,12%).
Chama atenção nos dados dessa pesquisa os seis nomes com 0,12% de intenções de votos, um empate técnico entre um número relativamente grande de políticos lembrados pelo eleitor. Outro número relevante é o de indecisos: 58,71%.
Na estimulada, quando são apresentados os nomes dos candidatos, os indicadores da pesquisa Tiradentes/DMP mostram índices baixos obtidos pelos candidatos. Arthur Neto teria 35,7% e Marcelo Ramos, 21,8%. Os outros candidatos obtiveram percentuais muitos próximos: Silas Câmara, 10,3%; Henrique Oliveira, 7,9%; Hissa Abrahão, 7,3%; Serafim Corrêa, 4,6%; José Ricardo, 2,1%; Luiz Castro, 1,1%; Professor Queiroz, 1%. Nenhum deles/nulo ou branco, 7,8%.
Em um eventual segundo turno, os dados da estimulada Tiradentes/DMP mostraram Marcelo Ramos com 42,8% e Arthur com 42,5%. Arthur venceria caso a disputa fosse com os seguintes adversários: Silas Câmara (35,7%) e Arthur, 43,3%; Henrique Oliveira (34%) e Arthur, 44,3%; Hissa Abrahão (36,7%) e Arthur, 42,8%. Contra Abrahão, Arthur obteria o mesmo índice de Marcelo Ramos.
Altos e baixos
Em duas pesquisas divulgadas no dia 24 deste mês, a diferença entre o primeiro e segundo colocado aumentou em uma e diminuiu em outra. A Action Pesquisa de Mercado divulgou que Arthur Neto teria 21% na sondagem espontânea, enquanto Marcelo Ramos aparece com 7,9%. Em seguida vem Silas Câmara (PRB), 3,8%; e Serafim Correa (PSB), com 3,3%. Os outros cinco candidatos aparecem com índices abaixo dos 3%.
No levantamento do Ibope, essa diferença diminuiu. Arthur lidera com 32%, seguido de Marcelo Ramos com 16%. Quem aparece em terceiro é Serafim Corrêa, com 10%. O Ibope ouviu 805 pessoas entre os dias 20 e 23 de agosto, enquanto a Action entrevistou 1.069 eleitores. Na entrevista estimulada da Action, Arthur obteve 33,3%, enquanto Ramos ficou com 15,4%. Silas Câmara, Hissa Abrahão, Serafim Corrêa e Henrique Oliveira empataram em 8%.
A Action também registrou um alto índice de indecisos: 55,5%. Na simulação para um segundo turno, Artur venceria Marcelo Ramos com 47,6% a 33,3%. Contra Serafim Corrêa, o tucano teria 54,4% contra 19,6%. Se o adversário fosse Silas Câmara, Arthur teria 53,1% contra 20,8%. Na concorrência com Hissa Abrahão, a vantagem de Arthur seria de 52,2% contra 25,1%. E contra Henrique Oliveira, o índice a favor do atual prefeito seria de 51,9% contra 23,9%.
O Ibope não indagou sobre preferência em um segundo turno, mas pesquisou sobre rejeição. Entre os candidatos que o eleitor não votaria de jeito nenhum, Serafim Corrêa lidera com 37%. Arthur Neto aparece em segundo, com 29%, seguindo de Silas Câmara (24%), Henrique Oliveira (17%), Professor Queiroz (13%) e Hissa Abrahão e José Ricardo, com 11% cada um. Luiz Castro e Marcelo Ramos têm 10% de rejeição, cada um. Não sabem ou não opinaram, 10% e 1% disse que poderia votar em todos.
Os especialistas afirmam que resultados de pesquisas eleitorais sofrem mudanças conforme o decurso do tempo e o desenrolar da campanha eleitoral. Consideram que essas diferenças ocorrem também porque a opinião pública é mutável e dinâmica e a opinião do eleitor representa um diagnóstico do momento específico da entrevista.
O problema, nesses casos, é que o método de amostragem em prévias eleitorais é o de cotas, mais ou menos sem controle dos indivíduos escolhidos para responder dentro de cada cota de trabalho dada ao entrevistador. Leva-se em consideração nessa metodologia a urgência e os custos dos resultados. Neste caso, é impossível medir o erro amostral e estimar intervalos de confiança. Por isso a margem de erro oscila para cima e para baixo.