Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O desembargador Abraham Campos Filho, do TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), que é relator no processo ajuizado pelo ex-governador Amazonino Mendes (PDT) contra o governador Wilson Lima (PSC), informou nesta quarta-feira, 24, que a perícia feita no celular do ex-prefeito de Nhamundá Mário Paulain (MDB) já foi concluída pela Polícia Federal e que já está tramitando em processo na Justiça Eleitoral. No mesmo despacho, o desembargador negou a entrada de advogados do PSC no processo alegando que o partido “não é parte nos autos”.
Abraham Campos Filho disse que determinou à Secretaria Judiciária a digitalização do relatório da PF, que deve ser anexada no sistema eletrônico para que as partes tenham conhecimento do resultado da perícia. “A perícia já foi concluída e conclusa a este relator em autos físicos (RE nº 0103/2018-4 SR/PF/AM), nos quais despachei à Secretaria Judiciária para digitalização e juntada ao presente PJe”, afirma o desembargador no documento.
A coligação de Amazonino Mendes solicitou o encaminhamento de novo ofício ao Departamento de Polícia Federal para que informasse em que estágio se encontra e a data prevista para encerramento da perícia no celular de Mário Paulain. O advogado Yuri Dantas disse que o prazo para julgamento de processo de perda de mandato termina em outubro e a instrução só começa quando a perícia for concluída.
Sobre o pedido da entrada dos advogados Robério Braga e Rosa Braga no processo representando o PSC Nacional, Abraham Campos Filho afirmou: “Ocorre que aquele órgão partidário não é parte nos autos, razão pela qual a petição deve ser devolvida ao partido, conforme decidiu recentemente esta Corte (Rp 2369-68, rel. Desembargador Victor André Liuzzi Gomes, j. em 12.7.2019)”. O desembargador determinou a retirada e devolução aos autores das petições apresentadas em nome do PSC Nacional.
Denúncia
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, Mário Paulain foi preso no dia 7 de outubro de 2018 na Pousada Tucunaré, em Nhamundá. Com o ex-prefeito, os policiais apreenderam material de campanha de diversos candidatos, entre eles, Wilson Lima; R$ 2,2 mil; recibos comerciais com valores entre R$ 50,00 e R$ 1,5 mil registrados como “pagamento de equipe”; e a identidade e o título de Jean Leal de Castro.
Durante revista no quarto, a polícia também encontrou duas pessoas e uma criança de colo dentro do banheiro. Segundo os advogados de Amazonino, elas afirmaram que entraram na pousada para ‘beber água’ e, quando a polícia chegou, com medo, “esconderam-se aleatoriamente no banheiro do quarto” de Paulain, a quem afirmaram não conhecer.
De acordo com a coligação Eu Voto no Amazonas, Jean de Castro, cujos documentos foram apreendidos pela Polícia Civil, tinha função de controlar do lado de fora as pessoas que entravam no quarto de Paulain para receber dinheiro em troca de voto. “Os dois mantinham conversa por intermédio do celular que foi apreendido exatamente para esse fim”, diz trecho da representação.
Sobre os materiais de campanha de Amazonino, a defesa do pedetista afirma que Paulain “já tinha alguns álibis pré-construídos, caso viesse a ser flagrado”. O primeiro seria “a suposta peregrinação de pessoas para ‘beber água’ em seu apartamento.
Além disso, durante a revista da Polícia Civil no apartamento, Paulain teria sacado de “algum lugar” duas bandeiras contendo a imagem do então candidato a reeleição Amazonino Mendes e do candidato a deputado federal Gedeão Amorim. “E cuidou de desfraldar a bandeira para que ficasse ostensivamente visível, numa tentativa de enganar tanto as pessoas que vissem a apreensão quanto a autoridade policial”, afirmam os advogados de Amazonino.
Sera que ja querem atrasar mais ainda o Amazonas ja chega que esse Amazonino ja roubou o Amazonas por mais de trinta anos