MANAUS – No mês de dezembro, de 10 a 20, começa a eclosão dos ovos de quelônios em 15 municípios do Amazonas e Pará atendidos pelo projeto Pé-de-Pincha. São 118 comunidades do baixo Rio Amazonas e Rio Juruá, sendo 12 no Estado do Amazonas e três no Estado do Pará. Nesse período, os pesquisadores envolvidos no programa de extensão da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) viajam para acompanhar o nascimento dos filhotes e fazer o monitoramento, biometria, microchipagem e captura com rádio VHS via satélite.
Criado em 1999, após a grande invasão de barcos pesqueiros no Lago do Piraruacá, em Terra Santa, um líder comunitário chamado Manuelino Bentes, o “Mocinho Lobo”, resolve procurar o professor Paulo Andrade, na Ufam, em busca de ajuda para conservar os recursos do lago que estavam sendo saqueados. Surgiu a ideia de realizar uma parceria com as comunidades locais e, em assembléia popular em maio de 1999, foi criada a base do que seria o projeto Pé-de-Pincha.
Criado para conservar as populações de quelônios através do manejo participativo, envolvendo ribeirinhos, produtores, professores e alunos locais, o projeto se transformou em um trabalho de Educação Ambiental. Inicialmente, aderiram a esta nova força, sete comunidades, hoje, já são 118 localidades. Em 15 anos, foram produzidos mais de 2,5 milhões filhotes de quelônios e soltos na natureza.
Coordenado pelo professores Paulo Cesar Machado Andrade e Aldeniza Cardoso de Lima, o Pé-de-Pincha tem o patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Segundo Aldeniza, através do programa, 2 mil famílias são beneficiadas.