Por Valmir Lima, da Redação
MANAUS – O trecho 2 da Avenida das Flores, nome dado na gestão do então governador Omar Aziz (PSD) para a continuação da Avenida das Torres, assusta pelos números e pelo dinheiro desembolsado pelo governo do Estado à Construtora Amazônidas Ltda., do mesmo grupo empresarial da Construtora Etam Ltda., a família Cameli. O quilômetro da pavimentação da avenida, que terá 36 metros de largura nesse trecho, vai custar R$ 20.707.530,41.
O valor não inclui desapropriação de imóveis e nem a obras de arte, como passagens de nível, muro de arrimo e pergolado. O que o diferencia dos demais trechos, além da largura, é a construção de uma trincheira para passar sob as avenidas Timbras e Noel Nutels, no bairro Cidade Nova. Os trechos 3 e 4 têm 25 metros de largura.
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O trecho 2 da Avenida das Flores começa na Avenida Timbiras, no fim da Avenida das Torres, e vai até a Avenida Noel Nutels, no bairro Cidade Nova, com 1.200 metros de extensão. O contrato 00036/2014 para esse trecho, conforme o Portal da Transparência do Governo do Amazonas, foi fechado em R$ 48.472.149,74. No mesmo ano, recebeu um aditivo de R$ 3.816.452,67, elevando o valor para R$ 52.288.602,21. Desse valor, R$ 42 milhões são recursos federais de empréstimo e R$ 10.288.602,21 de contrapartida do governo do Estado.
O ATUAL teve acesso aos detalhes do contrato e visitou o canteiro de obras na semana passada. A passagem de nível da Avenida Timbiras, que foi liberada para o tráfego no fim do ano passado, está incluída no pacote de obras de arte, no contrato, com o valor de R$ 19.192.010,90. Além das passagens de nível, esse valor cobre também um muro de arrimo construído no local escavado para a passagem da pista da Avenida das Flores, e os pergolados paralelos às passagens.
O paisagismo para esse trecho (plantação de grama e árvores) vai consumir R$ 1.960.513,69. Outros R$ 717.614,86 são destinados para a instalação de 90 pestes de iluminação pública. AS paradas de ônibus para o trecho vão custar R$ 829.972,58. Uma trincheira para toda a extensão da pista também está previsto no contrato, com o valor de R$ 244.483,72 para a pavimentação sobre ela. E mais 678.037,30 para recapeamento das avenidas Timbiras e Noel Nutels nos trechos próximos à Avenida das Flores.
A licitação foi homologada em maio de 2014, já na gestão do governador José Melo (Pros). A vigência do contrato era de 15 de maio de 2014 a 30 de março de 2017. Mas a obra está atrasada, quase parada. Na quinta-feira, quando a reportagem visitou o local, apenas quatro trabalhadores da empresa estavam no canteiro de obras. Um deles disse que os serviços não estão parados, mas o ritmo foi desacelerado nos últimos meses.
Outros trechos
A Avenida das Flores foi dividida em três trechos. O trecho 3 começa na Avenida Noel Nutels e vai até o Igarapé do Passarinho, no bairro Monte das Oliveiras. O trecho 4 tem início no Igarapé do Passarinho e vai até a Rodovia AM-070, no quilômetro 20. Esse trecho já foi concluído e entregue no ano passado. O trecho 3 ainda está em obras.
A pavimentação do trecho 3 vai custar R$ 17.034.402,96. Com três pistas de cada lado e canteiro central, a Avenida das Flores nesse trecho tem 1.700 metros de extensão e valor contratado de R$ 35.070.605,16. Só para a pavimentação estão previstos R$ 28,7 milhões. Outros serviços estão incluídos no contrato, como a instalação de 162 postes de iluminação (R$ 1.229.419,49); paisagismo (R$ 1.999.508,24); duas pontes de 10 metros cada uma (R$ 820.576,38) e paradas de ônibus (R$ 2 milhões).
O trecho 4 é o que tem a maior extensão, com 8.200 metros (8,2 quilômetros). Cada quilômetros (só a pavimentação) custou R$ 10.728.843,87, sem considerar os aditivos da obra. O valor total da pavimentação para os 8,2 quilômetros foi de R$ 87.976.519,77. O valor do contrato para esse trecho foi de R$ 120.651.560,81.
Foram instalados nesse trecho 815 postes de iluminação, ao custo de R$ 6.450.179,89. O paisagismo, que incluiu, segundo a Seinfra, a plantação de palmeiras e outras árvores e grama no canteiro central e nas laterais, consumiu R$ 5.850.959,91. Outros R$ 11.710.896.63 foram gastos em duas pontes de 44 metros cada e 54 metros de trincheira. Para as paradas de ônibus, o contrato previa R$ 8.663.004,61.
Os trechos 3 e 4 foram incluídos em um único contrato (n° 077/2012), com valor R$ 153.904.896,32. Até 2014, o contrato recebeu mais R$ 33.231.361,79, o que representa 21,59% do valor original. A empresa contratada para esses trechos é a Construtora Etam Ltda.
Para os três trechos, os contratos originais somaram R$ 202.377.046,06 para 11,1 quilômetros. Os aditivos somam R$ 41,1 milhões, elevando o valor da obra para 244,4 milhões.
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