Por Mônica Bergamo, da Folhapress
SÃO PAULO – O estado do Paraná liderou as menções a uma teoria da conspiração segundo a qual o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morreu e foi substituído por um ator com máscara. O levantamento é da Palver, empresa de tecnologia que monitora mais de 16 mil grupos públicos de WhatsApp.
A empresa analisou termos relacionados à notícia falsa que circularam durante o período entre 1º de setembro e 29 de novembro. O estado do Sul disparou com um total de 141 menções a cada 100 mil mensagens. Em seguida, aparecem São Paulo e Rio de Janeiro com 127 e 112 menções a cada 100 mil mensagens, respectivamente.
A teoria da conspiração circulou até mesmo em estados em que Lula venceu no segundo turno das eleições, como Bahia, Minas Gerais e Piauí, mas de forma moderada, com 39, 28 e 26 menções a cada 100 mil mensagens, respectivamente.
O assunto começou a ganhar força nos dias que antecederam os protestos do 7 de Setembro e teve picos de compartilhamento após o primeiro turno das eleições, mas explodiu após a internação de Lula para retirar uma lesão na laringe, no último dia 20.
Os rumores se intensificaram principalmente porque o presidente eleito precisou ficar alguns dias em repouso, poupando a voz, e, portanto, sem fazer aparições públicas.
A Palver aponta que, em 25 de novembro, os comentários sobre a “morte” representaram quase 10% das menções gerais ao próprio Lula nos mais de 16 mil grupos observados.
Os adeptos da teoria da conspiração se baseiam em diversos vídeos, como o de um caixão que estaria sendo levado escondido do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e em áudios de supostas enfermeiras da instituição afirmando que um paciente havia morrido e que a área estava isolada.
As causas da “morte” são variadas. O presidente eleito teria morrido após ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral), um infarto ou mesmo após passar mal durante as férias com a esposa no sul da Bahia, segundo as notícias falsas.
Alguns internautas, inclusive, defendem que uma dobra no pescoço de Lula durante encontro com a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber pode indicar justamente a divisão entre a suposta máscara e o rosto do sósia.
Também circulou uma foto em que o presidente eleito posa com a futura primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, e supostamente teria cinco dedos em sua mão esquerda em vez de quatro. A imagem, no entanto, é da época de noivado do casal. Portanto, é a mão direita do ex-presidente que está sendo retratada.