Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Comitê do Amazonas de Combate à Corrupção e Caixa Dois Eleitoral divulgou nota, nesta sexta-feira, 4, na qual afirma que a ausência de mulheres na disputa para o cargo de chefe do Poder Executivo Municipal de Manaus nas eleições deste ano só irá “confirmar o mandonismo, o machismo e a cultura patriarcal nas administrações públicas e de Poder no Brasil”.
De acordo com a entidade, as mulheres representam 52% do eleitorado na capital amazonense, atualmente com mais 1,3 milhão de eleitores, mas não irão poder contar com uma candidatura feminina à eleição majoritária. A afirmação é baseada no atual cenário das convenções partidárias, cujos partidos políticos, até o momento, lançaram apenas homens como pré-candidatos a prefeito de Manaus.
Para o comitê, a falta de candidaturas de mulheres à Prefeitura de Manaus “revela cenário que contrasta com os números de eleitoras e as lutas de emancipação das mulheres no município de Manaus e no Brasil”. “O atual quadro reafirma que o Sistema Político do Brasil não representa a maioria do povo brasileiro”, diz trecho da nota.
“O machismo e o patriarcalismo são reais e se apresentam como sistêmico e estruturante. Eles (machismo e o patriarcalismo) alcançam as instituições estatais e entidades da sociedade civil, como os partidos políticos, independentemente das ideologias ou cores”, afirmam os membros da entidade.
O comitê também tece críticas aos partidos políticos que não lançarão mulheres como candidatas ao cargo de chefe do Poder Executivo nas prefeituras do Amazonas. “As instituições partidárias deveriam ser a força motriz dos valores e práticas democráticas, mas com raras exceções, não rompem com a estrutura viciada de negação ao espaço das mulheres na vida política do país”, diz trecho da nota.
O grupo também critica a falta de participação de negros e indígenas nos governos e na representação política em Manaus em todo o Brasil e “pede reflexão dos partidos políticos e do eleitor no Amazonas sobre essa realidade desfavorável às mulheres e à democracia”.