Da Redação
MANAUS – Mesmo com o isolamento social, a venda de picolés em Manaus aqueceu os negócios do Grupo Gusta Mais que comercializa também paletas e sorvetes. As vendas ‘refrescaram’ o faturamento da empresa e cresceram 200% no período de pico da pandemia, entre abril e junho deste ano.
“Ficamos apreensivos logo quando a pandemia chegou ao Estado e foi decretado quarentena, no dia 16 de março, mas decidimos priorizar o poder da positividade e seguir com nosso calendário 2020, sem alterações e deu certo”, disse Gustavo Picanço, dono da Gusta Mais. Desempenho foi obtido sem demissões de funcionários.
O delivery foi decisivo para congelar a crise, segundo Gustavo. “Primeiramente, buscamos saber como empresas em outros países tinham se portado de forma eficaz durante esta pandemia. A partir disso, elaboramos uma estratégia de proteção que incluía máscara, álcool em gel e viseira. Em segundo lugar, apostamos todas as fichas no delivery, que já tínhamos. E, para nossa surpresa, superou as expectativas. Hoje, há dois meses após a reabertura das atividades comerciais, seguimos ainda mais fortes no delivery”, disse.
A performance da Gusta Mais chamou atenção de Geraldo Rufino, ex-catador de latinhas e hoje dono da JR Diesel, maior restauradora de caminhões da América Latina. Ele convidou Gustavo para falar sobre empreendedorismo em uma live. A conversa na internet teve participação de Rick Chester, ex-vendedor de água da praia de Copacabana e atualmente palestrante em Harward.
Além das vendas se multiplicarem feito flocos de neve, a Gusta Mais doou sorvetes para profissionais de saúde que atuaram na linha de frente do atendimento de pacientes com Covid-19. “A solidariedade tem que ser espontânea. O segredo é expor a gratidão de dentro para fora. Quando você faz bem ao outro, independente da classe social, a gente sempre pode ajudar os outros, com a nossa vontade de empreender e ajudar o próximo”, disse Gustavo Picanço.
Ao falar sobre o reconhecimento do trabalho árduo no empreendedorismo, Rick Chester argumentou que dinheiro não muda ninguém, mas mostra quem nós somos. “O Rick da caixa de isopor suja de areia de Copacabana é o mesmo Rick de hoje. Igual a você, Gustavo, também comecei com uma caixa de isopor e eu tenho um orgulho imenso da galera da caixa de isopor. Eu já vendi sacolé (din-din), já vendi picolé e água. Eu e o Geraldo (Rufino), representamos sua luta. Representamos o outro para que tenhamos um país justo e igualitário”, relatou.
Questionado sobre as dicas que poderia dar para novos empreendedores brasileiros e manauaras, Picanço disse que numa situação de crise deve-se observar as oportunidades, onde o mercado está carente de produtos e serviços e qual o principal desejo das pessoas no momento de crise. “O empreendedor é observador nato. Ele deve estar atento às mudanças do mercado e ao comportamento dos possíveis consumidores. Num momento de crise, o dinheiro não some, apenas muda de lugar”, afirmou.
O bate-papo virtual pode ser acessado no Instagram pelo perfil @gustavo_picanco_ .