Do ATUAL
MANAUS – O feto da adolescente de 17 anos, que ficou grávida por estupro do padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, foi enterrado no quintal da casa de um amigo do sacerdote. O delegado José Barradas Júnior disse que Francisco Rayner Barros Batista, o amigo do padre, foi quem levou remédio para a adolescente abortar. O padre foi preso em Coari (a 368 quilômetros de Manaus), no domingo (18). A adolescente frequentava a igreja onde o padre ministrava.
Segundo José Barradas Júnior, a adolescente tinha relações sexuais com o padre desde os 14 anos de idade e aos 17 ela engravidou. “Teve um momento que ela engravidou que foi no ano passado [2023]. E nessa gravidez, o padre obrigou ela a abortar. Teve a participação do Francisco Rayner, amigo do padre, que levou o medicamento chamado Misoprostol e ela foi obrigada a ingerir esse medicamento”, disse o delegado.
Conforme José Barradas, o feto foi expelido e enterrado no quintal da casa do amigo do padre. “Com esse medicamento ela abortou. O feto foi expelido e na casa do Francisco Rayner, no quintal da casa, ele enterrou o feto. Fato este constatado tanto por fotos como pelo depoimento da vítima”, disse o delegado.
Barradas disse que a adolescente estava sofrendo pressões psicológicas para ficar com o padre. Além dela, outras 4 mulheres foram vítimas do sacerdote.
“Ela tava sofrendo muita violência psicológica porque o padre, além de cooptar as vítimas na paroquia, ele as obrigava a ficarem com ele. Se elas dissessem não, ‘eu não quero mais ficar com você’, o padre obrigava. Ele dizia assim: ‘você é minha, você me pertence. Se você não ficar comigo, não ficará mais com ninguém’”, disse o delegado.
José Barradas informou que no momento da prisão do padre na Paróquia São João, ele estava na cama com uma mulher que havia acabado de completar 18 anos. “Significa que ela era menor e já tinha relações com o padre”.
A polícia apreendeu R$ 30 mil em espécie no quarto do padre, 260 vídeos de cenas de sexos com adolescentes no celular, além do notebook do sacerdote. O delegado informou que o material vai ser analisado por peritos.
O delegado disse que as testemunhas relataram que o padre aliciava outras pessoas. “Ele dizia para a vítima trazer outras amigas para ele ter em conjunto relação sexual. E toda vez que o padre tinha relação, ele gravava vídeos”.
Segundo o delegado, todas as 4 vítimas, menores de idade, eram da paróquia do padre, mas a polícia não soube informar se os crimes eram cometidos na paróquia. Francisco Rayner, o amigo do padre, está sendo procurado, pois segundo o delegado no momento da prisão ele não estava em Coari. Ele também não frequentava a paróquia.