
Da Redação
MANAUS – A SSP (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas) anunciou a prisão do empresário Gilson Mattos Rodrigues, 40, em Manaquiri (a 54 quilômetros de Manaus). Ele guardava R$ 3 milhões em sua casa em Manaus, em um condomínio na zona norte da capital. A prisão ocorreu na Operação Mamon na sexta-feira, 25, que apreendeu 6 toneladas de drogas, 20 veículos, duas balsas, um jet ski, e joias em Manaus e Manaquiri, e nos municípios de Japurá e Tefé (a 744 e 522 quilômetros de Manaus, respectivamente). Outras nove pessoas também foram detidas.
A droga vinha da Colômbia, era armazenada em Manaquiri de onde era levada para outros estados do Brasil, disse o delegado Rafael Allemand, diretor do DRCO (Departamento de Repressão ao Crime Organizado). “Ele tem um contato diretamente com outro país que ele compra diretamente, ele armazena em Manaquiri, que é onde ele montou uma ‘basesinha’ dele. E de Manaquiri essa droga era espalhada por todos os estados”, disse Allemand. A droga foi apreendida em uma embarcação no Rio Japurá.

“Nós identificamos um alvo até então não conhecido da polícia. Ele não tem passagem, ele é totalmente discreto. Dessas informações, nós começamos a desenvolver uma investigação, verificamos que ele não faz parte de facção alguma aqui no Amazonas. Ele não coloca droga aqui no estado, o mercado dele é totalmente fora daqui, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste”, afirmou Allemand. Já a delegada-geral Emília Ferraz afirmou que Gilson está há 10 anos no Amazonas.
O delegado disse que apesar de pequena, a organização lidava com grandes números. “Apesar de ser pequeno o número de pessoas envolvidas, por ele ser muito reservado, mexia com bastante dinheiro e com bastante droga”, disse.
Em agosto, 1 tonelada de drogas foi apreendida. Segundo a Polícia Civil, já fazia parte da Operação Mamon.
Segundo Allemand, Gilson criou empresas e colocou no nome de ‘laranjas’. Os nomes dos estabelecimentos não foram informados pela Polícia Civil. “Em Manaquiri ele se estruturou, ele falava que era empresário. Ele tem algumas empresas, algumas pessoas jurídicas, que foram criadas para lavar todo esse dinheiro que ele mexia com o tráfico de drogas”, disse.
Segundo o delegado Juan Valério, coordenador do Fera (Grupo Força Especial de Resgate e Assalto), em Manaquiri seguranças do empresário tentaram impedir a prisão. “Nós conseguimos adentrar no imóvel, efetuamos o arrombamento. E para a nossa surpresa ele estava com seguranças, que inclusive tentaram tomar o armamento que tinham lá”, disse Valério. “Felizmente, conseguimos de maneira célere evitar qualquer tipo de reação dos mesmos e fazer a prisão”, completou.
Operação Mamon
Segundo a Polícia Civil, Mamon é um termo bíblico que significa ganância. “Durante a investigação nós vimos que ele mexia com muito dinheiro”, explicou Allemand.
(Colaboraram Jullie Pereira e Murilo Rodrigues)