Do ATUAL
MANAUS – O senador Omar Aziz (PSD-AM) classificou os protestos antidemocráticos de bolsonaristas em frente ao CMA (Comando Militar da Amazônia) em Manaus como balbúrdia e defendeu punir quem está pedindo intervenção militar. Aziz se manifestou em entrevista ao programa UOL News na manhã desta sexta-feira (11).
Omar Aziz, que está no grupo de trabalho de segurança pública da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionou se as pessoas que estão no acampamento em frente ao CMA querem continuar sem emprego.
“Agora eu quero saber o seguinte: essas pessoas estão há uma semana aí, elas não estão trabalhando? Então já vinham desempregadas do governo Bolsonaro. Estão pedindo o que para continuar não tendo nenhum trabalho?”, questionou.
O senador ironizou ao chamar manifestações que pedem intervenção federal de atos democráticos. “Eu fico estarrecido em que as Forças Armadas, com pessoas tão inteligentes, que estão preparadas para defender o país, assine uma nota dizendo que isso é ato democrático. Isso é balbúrdia, essas pessoas têm que ser punidas por pedirem intervenção. Isso é inconstitucional, é crime. E aqueles que aceitam isso também estão praticando esse crime, estão sendo coniventes”, falou.
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Omar criticou a atuação do Comando Militar da Amazônia na defesa das fronteiras do país. “O papel dela [Forças Armadas] é defender as fronteiras. Não defende. O narcotráfico entra, qualquer pessoa do Peru, da Colômbia entra no Brasil e não há ação nenhuma do Comando Militar da Amazônia. É necessário, agora com esse novo governo, que a gente dê tarefas democráticas para proteger a população brasileira e o território nacional”, disse.
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O senador criticou parlamentares eleitos que apoiam protestos que questionam o resultado nas urnas nas eleições. “As pessoas não raciocinam? O presidente Bolsonaro fez a maior bancada no Senado e na Câmara Federal. Também foram roubados esses votos? Foram beneficiados esses deputados que se elegeram, senadores que se elegeram? Só não ele [Bolsonaro]”, indagou.
Religão e eleições
Omar Aziz considerou atípica a campanha eleitoral este ano pelo envolvimento da religião.
“Em nenhum país isso aconteceu. Não há nenhum histórico, nem na América, nem na Europa um envolvimento tão forte. Ainda bem que Deus quis o Lula, porque a vontade emana do povo, mas a vontade maior é de Deus. Deus quis o Lula, apesar de muita gente ter orado contra ele, desejado a morte dele”, afirmou.