Da Redação
MANAUS – Multada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que determinou a gratuidade das chamadas telefônicas feitas a partir de orelhões, a Oi instalou aparelhos em locais com pouquíssima circulação de pessoas em Manaus. Em alguns casos, unidades foram instaladas em área pública sem urbanização, destinadas a calçadas, e o mato cresceu em torno dos orelhões dificultando o acesso.
A punição da Anatel não especifica os locais onde a empresa deve instalar aparelhos, o que abre brecha para cumprir a pena sem implicar em perda de receita com as ligações gratuitas.
Em Manaus, três orelhões estão instalados na esquina das ruas da Lua com PQ no Conjunto Morada do Sol, núcleo habitacional de classe média alta no bairro Aleixo, zona centro-leste. Dois funcionam: as linhas 3642-4279 e 3642-1047. Outro, de número 3632-0700, está inativo.
O ATUAL encontrou um aparelho em área de grande circulação de pessoas, na esquina da Rua Tobias Barreto com Avenida Brasil, na Compensa, funcionando. A linha 3625-3767 do orelhão no local está normal, mas o telefone está muito sujo de fuligem, inclusive a cobertura. Já na Avenida Presidente Kennedy, em Educandos, há aparelhos que funcionam e outros sem sinal para ligação.
A decisão vale para 12 Estados, todos eles com histórico de mau funcionamento dos orelhões: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.
Conforme a agência reguladora, “a medida de imposição da gratuidade considerou os percentuais de disponibilidade de orelhões da Oi avaliados pela Anatel em 28 de fevereiro de 2017. Segundo a regulamentação, as concessionárias não devem apresentar disponibilidade de orelhões abaixo de 90% nos Estados e abaixo de 95% nas localidades sem telefone fixo individual”. Aplicada em outubro do ano passado, a medida vale até dia 30 de setembro deste ano.
Vandalismo
Consultada sobre a escolha dos locais, a Oi não respondeu ao questionamento. Em nota, a empresa se limitou a informar sobre números de aparelhos instalados no Estado e prejuízo com vandalismo. A companhia informou que possui 15 mil telefones de uso público instalados no Estado. Desse total, 7,6 mil em Manaus. Segundo a empresa, os orelhões sofrem diariamente danos por vandalismo.
A Oi disse ainda que no primeiro semestre de 2018 foram danificados, por atos de vandalismo 6% dos orelhões instalados no Estado por mês, em média. Segundo a empresa, os principais problemas são: defeitos em leitora de cartões, em monofones e teclado, além das pichações e colagem indevida de propagandas nos aparelhos e nas folhas de instrução de uso, prejudicando o entendimento das orientações pelos usuários. “Em alguns casos, as equipes da empresa consertam e limpam os aparelhos e eles são danificados no mesmo dia”, informou.
Custos
A Oi disse que tem atualmente cerca de 640 mil telefones públicos no País (exceto em São Paulo) sem uso. Em 2017, destinou R$ 360 milhões para manutenção da sua planta de orelhões em todo o País e obteve receita de aproximadamente R$ 500 mil com o serviço. Segundo a empresa, pouca utilização dos orelhões é explicada principalmente pelo avanço da telefonia móvel no País.
De acordo com a empresa, o Brasil mantém um número elevado de telefones públicos na comparação com outros países, que vêm reduzindo o uso destes aparelhos. “Apesar de ter menos da metade da extensão territorial da Rússia, o Brasil tem cinco vezes mais orelhões instalados”, comparou.
É um hipócrita quem escreveu esta reportagem. Em vez de cobrar da OI de ficar reparando telefones vandalizados devia cobrar do estado a educação que não foi dada a população nos últimos 30 anos. O estado também deveria prover segurança e proteção ao patrimônio publico o que não ocorre.
É obvio que a empresa vai deixar os melhores orelhões onde tem menor chance de sofrer depredação e não vai melhorar o visual dos orelhões onde tem maior chance de sofrer depredação, até porque já estiveram em bom estado e foi destruído. Se quem financiasse os reparos dos telefones fosse quem escreveu a noticia te garanto que faria a mesma coisa.