Da Redação
MANAUS – O presidente da OAB-A (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas), Marco Aurélio Choy, lamentou não ter sido comunicado sobre a divulgação do inquérito da Polícia Civil do Amazonas na manhã desta sexta-feira, 1º, no qual indicia 210 presos pelo massacre de 56 detentos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) em janeiro deste ano. “Lamento que a Ordem, como uma instituição que acompanhou o processo da rebelião no Compaj, não foi convidada para estar presente no momento da explanação da conclusão deste inquérito”, disse Choy, que aguarda notificação oficial.
A chacina ocorrida em janeiro deste ano, se configurou como a maior chacina entre presidiários, ocorrida no Amazonas. Após perícias nos locais das execuções e análises das câmeras do circuito interno da unidade prisional, 210 detentos, foram indiciados pelo massacre. O inquérito produzido tem mais de 2,6 mil páginas, entre oitivas, imagens, áudios, laudos de necropsia e DNA feito nos corpos, iniciado no 9 de janeiro de 2017.
A OAB apresentou à justiça uma série de ações públicas contra o Estado, afim de pedir punição pela ausência de ações emergenciais no sistema penitenciário, além de cobrar informações sobre o controle de detentos do Compaj e exigir um plano de controle da unidade prisional.
O Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos e membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Conselho Federal da OAB, Glen Wildes, afirma que ainda não teve acesso ao documento, mas que de antemão, aguarda uma punição a todos os envolvidos. “Oito meses depois do ocorrido, esperamos que os gestores e autoridades que tinham conhecimento da grave situação dentro do presídio também possam ser punidos. É muito justo indiciar os que cometeram os assassinatos, porém estas autoridades também devem ser responsabilizadas pela negligência e omissão cometida”, destacou.
Quem não aparece não é lembrado. Diz o ditado. Como sempre o comodismo prevalece nestes órgãos. Que aprendem a lição. Tem que estar presente no começo, no meio e no fim do processo. A ausência é um fator comum praticado em Manaus.