Concentração de votos no adversário
A escolha do 20º desembargador do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) foi definida pela diferença de um voto entre os candidatos à vaga e juízes Aírton Gentil e Elci Simões. Nos bastidores, no dia anterior, a vitória de Aírton era dada como certa e sem nenhuma ameaça dos demais candidatos, o que não teve ressonância no placar da escolha, já que por pouco o juiz Elci não fica com a vaga. Fonte da coluna com circulação entre os 19 membros do TJAM informou que o resultado foi um recado de desembargadores insatisfeitos com o presidente do tribunal, Flávio Pascarelli. O grupo derrotado por Pascarelli na escolha da presidência do TJAM e do TRE do Amazonas nas eleições internas anteriores se irritou com a “arrogância” da definição da escolha, que deveria ser feita com base nos critérios de merecimento e não por simpatias da política interna do tribunal. Por isso, sem chance de escolher um candidato do grupo adversário, resolveu concentrar votos em Elci Simões para ameaçar o preferido de Pascarelli para a vaga.
Só para assustar
Elci Simões é irmão do desembargador Yêdo Simões, que faz parte do grupo de Pascarelli. Porém, não era o favorito da disputa do grupo de desembargadores com maior número de votos nas escolhas internas dos últimos anos.
Perfis
Para advogados e promotores ouvidos pela coluna, se o critério fosse exclusivamente merecimento Elci e Joana Meirelles, a terceira mais votada com sete votos, seriam os primeiros colocados. A questão, segundo eles, é que a escolha interna por merecimento segue critérios políticos internos entre os magistrados e não a produtividade real dos juízes concorrentes à promoção.