Do ATUAL
MANAUS – Entrar na igreja ao som da marcha nupcial de Mendelssohn não é unanimidade entre as noivas no Amazonas. Som de cachoeiras e de aves e vento em cavernas compõem o cenário para casamento ao ar livre. A natureza em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus) é perfeita para prometer fidelidade e amor e firmar a aliança conjugal.
A Amazonastur (Empresa Estadual de Turismo do Amazonas) planeja tornar atrações turísticas no estado como destinos para casamentos – o destination Wedding (casamento de destino, na tradução literal).
Em vez de flores e corredor com bancos no ambiente sacro das igrejas, os noivos e convidados têm areia, barro, árvore por todo lado, rios, pássaros, pedras e, se a natureza mostrar todo seu esplendor, morcegos e corujas na decoração.
Há opção para depois da cerimônia de visitar comunidades indígenas, fazer tour em trilhas na floresta e experimentar a culinária típica da Amazônia.
A manauara e estudante de psicologia Bruna Menezes tinha o desejo de ser “abençoada pela natureza”. A bênção ocorreu às margens de uma cachoeira em Presidente Figueiredo.
“Eu sempre quis casar perto da natureza e sempre via todo mundo casando na praia. Eu queria que o meu casamento fosse diferente. Então, quando a gente estava pesquisando para casar, pensei nas cachoeiras de Presidente Figueiredo e para mim a ideia foi perfeita”, disse.
O cenário foi inspirado no pedido do noivo, o carioca Guilherme Fernandes. Eles se conheceram em uma cachoeira. “Eu senti uma energia incrível no dia. O casamento estava previsto para começar às 3 d atarde, mas março ainda tem muita chuva e como esperávamos, choveu no dia e parou de chover só no momento da cerimônia. O tempo abriu na hora de a noiva entrar. Dizem que chuva no dia do casamento é benção. Então, foi realmente assim, uma energia muito especial e cheia de bênçãos”, relatou Bruna.
A infraestrutura para esse tipo de cerimônia inclui hotéis de selva que oferecem pacotes completos, alguns luxuosos, mas há também opções mais intimistas. Empresas também planejam a logística de transporte e contratam fornecedores locais.
A cerimonialista Ivonete Pimentel trabalha com mercado há alguns anos. Ela diz que a procura aumentou e boa parte dos noivos é de estrangeiros.
“Todo mundo quer casar na Amazônia. Hoje, eu recebo, anualmente, uma média de 80 casais, em especial do Canadá, mas recebo muita gente da Suíça. Nós também temos chineses que querem casar aqui. No geral, é alguém que conhece alguém da cidade ou tem algo que acaba vinculando esse evento, trazendo uma comodidade”, disse.
De acordo com a cerimonialista, 20% dos clientes que vêm ao Amazonas conhecem o estado pela primeira vez.
No Amazonas há um ditado popular que diz que “quem come jaraqui [peixe popular da culinária amazonense] não sai mais daqui. A natureza amazônica também encanta os noivos. Eles vêm, casam, e retornam ao país de origem. Mas “enfeitiçados” com a Amazônia, prometem voltar.
Gostaria de saber por quanto saí uma cerimônia na cachoeira do urubuir, ou outra que possam ter cadeiras, e mesas para a festa de casamento ao ar livre na frente da Cachoeira.