SÃO PAULO – Quando eu escrevo sobre os tipos de preconceito ou até mesmo sobre as desigualdades sociais, recebo diversas críticas e entre elas o rótulo imediato que vem em forma de uma tentativa de ataque, “isso é coisa de esquerdista”. Eu fico pensando no quão doente está nossa geração, tudo bem que hoje nos sentimos mais politizados, conseguimos desenvolver um assunto relevante em uma roda de amigos, a economia do país ou até mesmo as polêmicas do cenário político tornaram-se pauta importante nos diálogos dos bares e dos encontros casuais. O problema disso tudo são os rótulos, muito embora eu acredite que precisamos ter um posicionamento firme e que aquele “isentão” é o cara que atrasa toda uma democracia, também acredito nos pontos positivos que não deveriam ser pauta de um grupo político ou uma inclinação social. A luta contra o preconceito, o racismo, as desigualdades deveria ser lema principal de qualquer movimento político-social, mas o que acontece quando algumas pessoas acreditam com muita devoção que uma pauta mas sensível é “coisa” de gente que “a” ou “b”? Apesar de ter inclinação política para a esquerda, entendo que a direita tem o seu papele deveria desempenhar. Quando temos pessoas que seguem uma linha de raciocínio ou quando sabemos que influenciamos a forma como algumas pessoas pensam, deveria ser comum que pautas como essas fossem sempre discutidas com muito respeito. Muito contrário disso é o que acontece no Brasil, em um cenário onde a lógica do futebol foi levada para as discussões políticas, vence quem tem o melhor argumento, a melhor forma de ver uma história mesmo quando apenas uma das partes sejam contadas e as outras silenciadas. Enquanto a esquerda e a direita entram em guerra os jovens estão morrendo, as mães estão sofrendo e o Brasil retrocedendo.