
Por Gabriel de Sousa e Gabriel Hirabahasi, do Estadão Conteúdo
MARIANA – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira (12) que não foi eleito para “fazer benefício para rico”. Segundo ele, os ricos recebem R$ 860 bilhões em isenções fiscais e o Brasil vive uma “sina desgraçada de que pobre tem que nascer e morrer pobre”.
“Eu não fui eleito para fazer benefício para rico. Eu quero que eles ganhem o que eles têm direito. Eu não quero impedir que eu bote as pessoas mais pobres na escola, eu não tive escola e oportunidade. Eu quero garantir que o filho de uma empregada doméstica possa disputar a mesma vaga na universidade que o filho da patroa dela, e que vença o melhor”, afirmou o presidente.
Nesta quinta, Lula participou de uma cerimônia em Mariana para anunciar avanços do Acordo Rio Doce em Minas Gerais. O projeto busca reestruturar a região da Barragem do Fundão, em Mariana, onde ocorreu o rompimento em novembro de 2015.
Clima ruim
Lula admitiu que há um “clima muito ruim” na Câmara dos Deputados, num momento em que tenta aprovar medidas de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no parlamento. O petista criticou os deputados que utilizam os celulares na Casa para “falar bobagem” e disse que o mundo vive “um momento desagradável, de raiva no ar”.
“Na Câmara, é um clima muito ruim, tem deputado que não quer falar, ele só quer pegar o celular, olhar na cara dele, falar uma bobagem e passar para frente”, disse o presidente.
Lula disse que sua gestão encaminhou ao Congresso Nacional o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Segundo Lula, o governo tenta corrigir o país que, após o impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT), vive um processo de “decadência e destruição”.
“Estamos tentando corrigir esse país, e é muito difícil porque esse País teve, depois do governo da Dilma, esse País entrou em um processo de decadência e destruição”, afirmou.
Ele também criticou a discussão sobre desindexação do salário mínimo de benefícios sociais. Segundo ele, o crescimento anual do PIB é um reflexo da riqueza produzida pelos mais pobres.
“O mínimo é o mínimo. É tão pouco. O que a gente faz? Quando a gente dá inflação, a gente não está dando aumento, a gente está apenas fazendo uma recomposição do salário. Quando que a gente dá aumento? Quando o PIB cresce 3% é resultado da riqueza produzida por todos vocês”, disse Lula.