Da Redação
MANAUS – O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) disse que não irá rebater as críticas à sua gestão feitas pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, nesta terça-feira, 2, durante a leitura virtual da mensagem governamental em sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas. Lima disse que em 2020 o tucano virou as costas para a pandemia.
“Há um ditado popular que diz que não se bate em cachorro morto. E eu, que amo cachorros, só posso dizer que não bato em roedor morto”, afirmou Arthur, em nota enviada por sua assessoria de comunicação.
O ex-prefeito de Manaus vem usando as redes sociais para apontar supostas irregularidades na atuação do governo estadual com a saúde pública. “Esse rapaz [governador] é um genocida. Ele segue a mesma linha de loucura e perversidade do seu presidente Jair Bolsonaro”, disse Arthur.
Virgílio disse que encerrou seu mandato como prefeito de Manaus deixando a cidade com o segundo melhor índice de cobertura em Atenção Básica dos últimos 13 anos – 66,85% (até outubro de 2020).
Na manhã desta terça-feira, o governador disse que “o abandono da saúde é refletido no percentual de cobertura da atenção básica” e, sem citar números, afirmou que a capital amazonense tem o menor percentual de atendimento básico de saúde.
De acordo com Arthur Neto, o Ministério da Saúde começou a registrar o acompanhamento dos serviços prestados em Atenção Básica em Saúde à população em 2007. Segundo ele, até agora, o maior índice registrado por Manaus havia sido de 67,04% em agosto de 2008.
“Se considerarmos a entrega das várias Clínicas da Família que fizemos em dezembro do ano passado, que entraram em funcionamento imediato para atender casos de Covid-19 e outras Síndromes Gripais esse número chega bem perto aos 70%. É um recorde!”, afirmou Arthur Neto.
O ex-prefeito citou como ações de sua gestão a criação do Plano Municipal de Enfrentamento à Covid-19 e a ativação da Sala de Situação da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) para monitoramento e controle da doença.
Arthur Neto também citou a criação do Hospital Municipal de Campanha, no mês de abril de 2020, momento em que a rede estadual de saúde estava colapsada e faltavam leitos para receber os pacientes graves. A unidade funcionou por pouco mais de dois meses, em parceria com a iniciativa privada, encerrando as atividades após a confirmação de estabilidade dos casos e baixa procura por leitos nos hospitais do Estado.
“Infelizmente, vemos agora a mesma cena se repetindo, e pior, além de leitos, faltou oxigênio. É um total despreparo ou má vontade”, lamentou Arthur Neto. “Não acho que seja o momento para dar desculpas esfarrapadas e procurar jogar a culpa para outras pessoas. É hora de soluções, de tomar atitudes grandes e parar de apequenar os problemas do nosso Estado”, concluiu.
Atendimentos
Arthur disse que durante o ano passado foram realizados mais de um milhão de atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde da Prefeitura de Manaus, dos quais quase 240 mil nas chamadas Unidades Preferenciais aos casos de Covid-19.
O ex-prefeito disse que atuação das quatro Unidades Móveis de Saúde e duas UBSs Fluviais – inauguradas na gestão dele – foram de fundamental importância para o atendimento às populações ribeirinhas e indígenas, levando testagem rápida e outros exames para comunidades mais isoladas.
O tucano citou a campanha #SOS Amazônia, encabeçada por ele aos países ricos e que chamou atenção da ativista ambiental Greta Thunberg e de importantes líderes mundiais, como o presidente da França, Emmanuel Macron; a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; e representantes de países como Estados Unidos da América, Portugal e Taiwan.