Por Gustavo Uribe, da Folhapress
BRASÍLIA-DF – Em sua cerimônia de posse, o novo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, fez nesta quinta-feira, 4, um aceno ao Nordeste e sinalizou disposição de dialogar com partidos de oposição.
Em discurso, ele lembrou que a sua família nasceu na região, que é administrada hoje majoritariamente por governadores de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), e disse que é um presente trabalhar com o Poder Legislativo.
“O novo ministro tem o peso e a importância do Nordeste. Eu encaro esse desafio dizendo que a vontade é grande. Eu quero realmente participar desse momento histórico, ajudando o Brasil”, disse o general da ativa, que deixou nessa quarta, 3, a chefia do Comando Militar do Sudeste.
O militar ressaltou ainda que pode dialogar com parlamentares de oposição para viabilizar propostas de interesse do Palácio do Planalto. “Se for pelo bem do Brasil, a gente pode conversar (com a oposição). Tem alguns deputados federais que conheço lá de trás. Sou o ministro da articulação política, a minha missão dada pelo presidente é viabilizar projetos do governo”, disse.
Apesar da articulação política ser considerada um dos pontos fracos da atual gestão, o general disse não avaliar a sua nova função como uma ‘missão difícil’. “Quando recebi o convite, muita gente me procurou dizendo que eu estava assumindo um missão muito difícil, espinhosa. Mas, para mim, é um presente e um privilégio”, ressaltou.
Em seu discurso, Bolsonaro destacou que o militar assume a função em meio à tramitação da reforma da Previdência, considerada a prioridade do início de seu mandato. “Ele entra em campo em um momento que interessa a todos no Brasil: o da nova Previdência. Não temos plano B. O plano é esse, o plano A”, afirmou o presidente.
A indicação do general teve apoio das bancadas evangélica e da segurança, que defenderam seu nome a Bolsonaro e têm interlocução antiga com o novo ministro, que atuou como assessor parlamentar no passado.