
Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – Movimentos de defesa dos direitos e enfrentamento à violência contra a mulher, protestaram contra o feminicídio, na tarde desta sexta-feira. A manifestação ocorreu no velório da professora Maria Lídia França de Lima, 34 anos, em Manaus. O ato ‘Basta de Feminicídio’ exigiu justiça para o caso do assassinato da professora, que teve o corpo queimado pelo marido, Joaby Evangelista de Araújo, de 29 anos, no último dia 27, no município de Tefé (a 524 quilômetros de Manaus). Com faixas e bandeiras, as manifestantes pediram a permanência da prisão de Evangelista, que já está preso.
“A intenção é clamar por Justiça pela morte da Lídia. Foi feminicídio. Ela morreu por ser mulher. A gente tem que dar um basta, porque não temos mais nem lágrima para derramar de tantas mulheres que morrem vítimas de violência. É um ato para exigir Justiça”, disse Francy Guedes, coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres/Amazonas e conselheira Estadual dos Direitos da Mulher.
Francy Guedes lembrou que Joaby Evangelista está detido no hospital de Tefé porque sofreu queimaduras. “O advogado dele já está dizendo que ele não é ‘normal’, por isso temos que pressionar para não fique impune”, disse.
Denúncias
A conselheira lembrou que, além do Disque 180, as mulheres podem procurar instituições em Manaus para pedir ajuda ou se informar sobre denúncias contra agressores. As entidades e movimentos encaminham as vítimas para registrar a denúncia na delegacia especializada e, no caso do interior, solicita o acompanhamento da Sejusc (Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania). “Por mês, chegam até nós mais de dez casos. Isso ocorre, principalmente, no fim de semana, quando há abuso de bebidas e drogas”, contou Guedes.
Caso
Maria Lídia de Lima morreu, na noite dessa quinta-feira, 1º, no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus. O crime ocorreu no corredor do prédio onde o casal morava, em Tefé. Segundo uma amiga da professora, Joab Evangelista jogou gasolina nela e ateou fogo. O filho de 16 anos de idade socorreu a mãe, que foi levada para o hospital de Tefé e, depois, transferida para Manaus.
De acordo com a SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas), o número de casos de violência doméstica contra mulher no Estado cresceu 4,02% neste ano. Os registros subiram de 3.829 de janeiro a abril de 2016 para 3.983 em igual período deste ano. Os crimes mais denunciados são de ameaça (1.435), injúria (1.109) e lesão corporal (511).

