Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O MP-AM (Ministério Público do Amazonas) instaurou um procedimento para investigar Marx Maciel Pena por acúmulo de cargos de cabo na Polícia Militar do Amazonas e de médico na Prefeitura de Boca do Acre (a 1.026 quilômetros de Manaus). A portaria que instaurou a apuração foi assinada pela promotora de Justiça Míriam Silveira no domingo (1).
De acordo com o MP, o procedimento foi aberto com base em denúncia de que Marx, que estava trabalhando como médico na prefeitura, é cabo da Polícia Militar. A denúncia aponta que “não havia conhecimento sobre a atividade policial, pois o denunciado se apresentou apenas como médico e continuou sendo remunerado por duas instituições públicas”.
A promotora afirmou que, após consulta a sites públicos, confirmou que Marx é funcionário dos dois órgãos. O MP enviou ofício à Secretaria de Saúde de Boca do Acre e ao Comando Geral da Polícia Militar solicitando informações sobre a contratação do médico e a ficha financeira dele par saber se ele acumulou remunerações.
“A apuração prossegue no intuito de saber desde quando o cabo da PM está lotado nos dois cargos e se há pedido de exoneração de um dos cargos que exerce atualmente ou alguma autorização do Comando Geral da PMAM para o servidor atuar exclusivamente como médico no Hospital Regional de Boca do Acre”, afirmou Silveira.
Em levantamento com base em dados dos portais da transparência da prefeitura e do Governo do Amazonas, a reportagem apurou que Marx esteve lotado nas duas instituições entre fevereiro de 2020 e março de 2021. Na Polícia Militar, ele recebeu salário de R$ 5,6 mil líquidos como cabo, e na prefeitura ele recebeu salário de R$ 18 mil como médico clínico.
A reportagem tentou ouvir Marx Maciel Pena, mas não conseguiu contato. Também solicitou informações da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas), mas informou que o assunto deveria ser tratado diretamente com a Polícia Militar do Amazonas. A reportagem não conseguiu contato com a Prefeitura de Boca do Acre.