MANAUS – Outdoor colocado na Avenida Andre Araujo pelo “Movimento Vem Pra Rua”, expõe os parlamentares indecisos e contra o impeachment da presidente Dilma Rosseff (PT). “A decisão de V. Exas será lembrada para sempre pelo povo”, é frase usada logo abaixo da foto dos dois parlamentares que votarão contra o processo – Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), deputado Alfredo Nascimento (PR), e dos dois indecisos – senadora Sandra Braga (PMDB) e deputado Hissa Abrahão (PDT).
“O objetivo é forçar os indecisos a votarem a favor e informar a população quem está contra o impeachment, contra o nosso país”, afirma Bruno Raphael, um dos líderes do Movimento Vem Pra Rua Manaus. Segundo ele, o impeachment não é a melhor opção para o país. “Acreditamos que a cassação é a atitude correta, devido às evidências de Caixa 2 praticadas pela presidente Dilma”, complementa o representante.
Segundo seus representantes, o Movimento Vem Pra Rua defende a realização de novas eleições para presidente da República e não tem interesse que o país seja governador por partido A ou B. “Não temos representatividade atualmente. E não estamos querendo colocar partido A ou B na presidência, o que queremos é um país respeitado tanto pela sua nação, quanto por outras. O que não está ocorrendo nesse momento com o país”, diz Fred D´Ângelo Valente, outro representante do Vem Pra Rua na capital amazonense.
Outdoors com o mesmo objetivo foram colocados em outras cidades do Brasil. Segundo organizadores do movimento, com objetivo de aumentar o número de parlamentares a favor do impeachment. A meta é ultrapassar o placar anunciado pelo Estadão, que é de 326 a favor e 125 contra. “Sabemos que a presidente já perdeu, mas quanto mais políticos votando contra, melhor”, afirma Valente.
Apoio popular
O representante do Movimento Vem Pra Rua Manaus, afirmou que o pagamento do outdoor não tem relação com nenhum partido. “Foi somente apoio popular. Consolidamos vários grupos no whatsapp e as colaborações financeiras começaram a chegar. Somos um movimento transparente e apartidário, faremos posteriormente a prestação de contas”, destacou D’Angelo sem informar o valor da mídia usada para expor os parlamentares.
Parlamentares
A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B), uma das parlamentares que se declara contra ao processo de impedimento da presidente, em nota enviada nesta semana, contrapõe a ideia do movimento. “A Constituição brasileira é clara: um presidente só pode sofrer impedimento em caso de crimes caracterizados na Constituição. E não há crime caracterizado pela Constituição. As ações que eles chamam de pedaladas são recursos da Caixa Econômica Federal repassados antecipadamente a programas como Bolsa-Família e Seguro Desemprego, procedimento previsto no contrato de prestação de serviços com a Caixa. Ou seja, não há empréstimo e nem alteração das metas. Além disso, todas as medidas fiscais tomadas pelo governo Dilma já haviam sido adotadas por governos anteriores, cujas contas foram aceitas pelo TCU
O deputado Alfredo Nascimento, enviou uma nota ao AMAZONAS ATUAL que descontrói a versão de que o deputado votaria contra o processo de impedimento. “Amanhã o PR fará uma nova reunião da bancada para definir se o partido tomará uma posição oficial sobre o impeachment. A tendência do partido é não fechar questão porque há divisão da bancada, alguns querem o impedimento da presidente e outros não. O deputado Alfredo só tomará uma posição após essa reunião”, enfatiza.