Por Gusravo Uribe, da Folhapress
BRASÍLIA – O presidente em exercício Hamilton Mourão defendeu nesta segunda-feira, 21, duas mudanças que têm sido discutidas pela equipe econômica nas regras de aposentadoria de militares. Ele avaliou como benéfico o aumento do tempo de permanência no serviço ativo, ampliando-o de 30 para 35 anos, e o recolhimento da contribuição de 11% sobre a pensão recebida por viúvas de militares.
“São mudanças que seriam positivas para o país”, disse Mourão, ao ser questionado pela imprensa. As propostas enfrentam resistência junto às Forças Armadas. Ao tomar posse, o novo comandante do Exército, Edson Pujol, defendeu que o atual sistema dos militares seja mantido.
Mourão ressaltou, contudo, que as alterações têm sido discutidas pelas Forças Armadas e defendeu uma regra de transição, para quem já está no serviço militar, para o aumento do tempo de serviço “Em tese, é um aumento, com uma tabela para quem já está no serviço, um tempo de transição”, afirmou.
No início da manhã, o presidente em exercício recebeu o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Ele não informou se o tema foi tratado na reunião. “Foram dois amigos que vieram bater um papo. E fiz uma brincadeira com ele, que é botafoguense. Só isso”, disse, referindo-se à derrota da equipe carioca na estreia do campeonato estadual.
O general, que assumiu o posto de presidente interino no domingo, 20, com a viagem de Jair Bolsonaro à Suíça, disse que conduzirá a máquina pública “sem marola”. “Só tocando a bola para o lado”, afirmou.
Ele voltou a dizer que as suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, não é um assunto de governo. “Esse assunto não comento mais. Não vem para cima do governo e é um problema do Flávio. Ele vai resolver isso aí”, disse.
Na sexta-feira, 18, um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações atípicas de Flávio. Ele recebeu em sua conta bancária 48 depósitos em dinheiro no valor total de R$ 96 mil, depositados apenas em cinco dias. Eles foram feitos no autoatendimento da agência bancária que fica dentro da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) sempre no valor de R$ 2 mil.