Da Redação
MANAUS – O esportista e técnico de boxe Pedro Nunes, de 54 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira, 3, em Manaus. Baiano naturalizado amazonense, ele sofreu um mal súbito às 4h30. Ele foi criador do projeto social Ring Boxe, na zona leste da capital, onde treinava crianças e adolescentes na modalidade esportiva.
Pedro Nunes começou a treinar boxe na década de 1970, na mesma escola que viria posteriormente revelar atletas como Acelino Popó Freitas. Ele veio para o Amazonas com a intenção de ensinar a modalidade a crianças, jovens e adultos carentes. Depois de alguns anos, instalou-se no Ginásio Zezão, o maior da zona leste da capital amazonense, e com a ajuda de dezenas de empresários, que reconheciam o trabalho de Pedro, montou ringue, comprou material e trabalhou.
Pelo menos cem atletas era iniciados no boxe todos os anos. Entre eles está Maria Marreta, que na década de 2000 ganhou a primeira medalha de ouro do Amazonas em competição nacional. “O tempo livre deles é do boxe e, quando vão pra casa, precisam dormir para o dia seguinte. O boxe não dá espaço para as drogas”, dizia Pedro. Apesar de pouca ajuda institucional, Nunes nunca paralisou o projeto Ring Boxe.
O secretário de Estado de Juventude, Esportes e Lazer, Caio André de Oliveira, lamentou a morte do treinador. “Pedro era, sem dúvida, a maior referência do Boxe no Amazonas. Perdemos uma grande pessoa de luta e dedicação aos jovens da zona leste. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, disse.
“Pedro Nunes desenvolveu, por pelo menos 20 anos, um trabalho que revelou atletas, salvou vidas e preservou famílias na zona leste de Manaus. A história do Pedro é grande, mas o vazio que deixa é maior ainda, visto que a juventude fica sem atividade, desguarnecida”, lamentou Adérito Penafort Junior, secretário adjunto.