Da Redação
Por Rodrigo Mattos, do UOL/Folhapress
SÃO PAULO – O Flamengo e as autoridades públicas não chegaram a um acordo sobre o valor das indenizações para os jovens jogadores mortos no incêndio no CT do Ninho do Urubu. Com isso, Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública vão à Justiça para discutir a reparação para as famílias dos 10 jogadores mortos, e três feridos.
A intenção do Flamengo era negociar um acordo por meio das autoridades públicas e assim pagar os familiares em seguida. O clube fez uma proposta de valores, mas os organismos rejeitaram e pediram mais dinheiro.
O clube ficou de responder nesta terça-feira, 19, e avisou às 19 horas que não aceitaria o valor proposto. Em nota, os organismos públicos disseram que o Flamengo “recusou-se a celebrar um acordo de reparação às vítimas.” E completou: “os valores apresentados pelo clube estão aquém daquilo que as instituições entendem como minimamente razoável diante da enorme perda das famílias e demais envolvidos”.
Sem acordo, os organismos vão buscar a reparação por meio de ação judicial. Nesta quarta-feira, 20, a defensoria pública já começa a receber familiares de jogadores para orientá-los sobre medidas e informar sobre todas as negociações realizadas com o clube.
Por meio de nota oficial, o Flamengo defendeu sua condução do caso. Primeiro, lembrou que procurou autoridades com a intenção de indenizar as famílias e que tinha como objetivo uma composição amistosa. E ressaltou que participou de reuniões com autoridades para estabelecer critérios para a negociação quando foi solicitado que apresentasse uma proposta.
“Nesta terça-feira, 19, após reunião com autoridades daqueles órgãos, o Flamengo – independentemente de processo judicial -ofereceu, por fim, um valor que está acima dos padrões que são adotados pela Justiça brasileira, como forma de atender com brevidade as famílias de seus jovens atletas”, disse o clube.
“O Flamengo teve o cuidado de oferecer valores maiores dos que estão sendo estipulados em casos similares, como, por exemplo, o incêndio da boate Kiss, ocorrido em 2013. Até hoje, vale lembrar, famílias não receberam a indenização.”
Por fim, o clube afirma que reitera a intenção de realizar uma mediação por meio do Núcleo de Mediação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, coordenado pelo desembargador Cesar Cury. Diz que convidará as famílias para essa negociação.