Da Redação
MANAUS – Produtores de banana foram alertados pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para reforçarem a atenção na ocorrência de sintomas do “mal do panamá”, como é conhecida a doença provocada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense Raça 4 Tropical, considerada a maior ameaça para a bananicultura mundial.
O fungo presente no solo faz com que a planta murche e morra. A praga já chegou à Colômbia e esta semana o Serviço Nacional de Sanidade Agrícola do Peru confirmou a ocorrência de foco da doença no país. Segundo o Mapa, a praga quarentenária – tipo de praga que ameaça a economia agrícola do país – é ausente no Brasil, portanto, não há registros no Amazonas.
O Mapa emitiu alerta de emergência fitossanitária em todo o país pela mobilização de órgãos estaduais de sanidade vegetal, associações de produtores, órgãos de assistência técnica e pesquisa para evitar prejuízos aos bananicultores.
No Comunicado Técnico nº 149 elaborado pela Embrapa Amazônia Ocidental, com a participação de técnicos do Ministério, constam orientações sobre a praga, identificação dos sintomas e providências nas eventuais suspeitas de ocorrências. No caso do Amazonas, a responsável é a Adaf (Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas).
De acordo com o Mapa, apesar de identificada na província de Sullana, próximo à fronteira do Peru com o Equador e longe da fronteira com o Brasil, é necessário reforço nas ações de vigilância e prevenção para impedir seu ingresso no país. A praga consta na lista de prioridades do governo para a prevenção e vigilância fitossanitária.
O Ministério da Agricultura informa que está realizando tratativas com os demais países integrantes do Cosave (Comitê de Sanidade Vegetal) para tornar viáveis ações coordenadas e reforça a proibição do transporte de material vegetal (frutos, folhas, mudas de banana), solo e até mesmo material artesanal (bolsas, chapéus, entre outros) produzidos com folhas ou fibras de bananeira.
Segundo a Adaf, como a maioria das pragas vegetais, não representa risco à saúde humana. Seus malefícios são diretamente relacionados às plantações.
O procedimento correto é contactar, o mais breve possível, a Superintendência Federal de Agricultura no estado que tomará providências como a coleta de amostras e envio ao laboratório oficialmente credenciado pelo Ministério da Agricultura para a identificação do agente e adotar medidas de mitigação para evitar a disseminação do patógeno para outros plantios.
Tendo em vista que não existem plantas resistentes à praga, os produtores devem atentar para a proibição de importação de mudas de bananeira e helicônia de países onde a praga ocorre, principalmente da Colômbia.