RIO DE JANEIRO – “Se é gostoso faz logo, amanhã pode ser ilegal”; “Inúmeros artistas contemporâneos não são artistas e, olhando bem, nem são contemporâneos” ou mesmo “O Brasil é realmente muito amplo e luxuoso. O serviço é que é péssimo”, são exemplos de algumas das incontáveis frases irreverentes e sempre atuais e bem-humoradas do homenageado da 12ª edição da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) que começa nesta quarta-feira (30/07) na cidade no litoral do Rio de Janeiro.
Tradutor de outros gênios da literatura, como Shakespeare e Ibsen, cartunista, jornalista, teatrólogo, romancista, roteirista, e, sobretudo, um defensor bem-humorado da liberdade de expressão, Millôr Fernandes, que morreu em 2012, e suas múltiplas facetas serão relembradas e celebradas em atividades ao longo dos cinco dias de evento que termina domingo (03/08).
O curador da Flip, Paulo Werneck, explicou que a escolha por Millôr, diante de uma lista de possibilidades de homenageados, se deu após conversas com vários participantes e parceiros do evento em anos anteriores. As homenagens vão de mesas de debate, peças teatrais e lançamento de livros a filmes roteirizados por ele. Millôr também influenciou na escolha dos temas centrais das mesas de discussão da Flip, norteadas pela crítica ao poder, pelo humor e jornalismo.
Crianças e adolescentes também vão conhecer e desfrutar da obra e da personalidade do jornalista nos circuitos paralelos Flipinha e Flipzona. No circuito off Flip, haverá ainda a exibição do filme O Judeu, de Jom Tob Azulay, com roteiro de Millôr, fechando as homenagens no domingo (03/08) à tarde.
As mesas oficiais da Flip podem ser assistidas ao vivo pela internet no site da Flip.