MANAUS – Os depoimentos tomados pelos membros da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas estão sendo marcados pela total inabilidade dos parlamentares, que mostram não ter qualquer preparo para interrogar os convocados pela comissão.
Primeiro, a impressão que passam é que não prepararam perguntas, e se perdem em ilações, discursos e conclusões apressadas, quando não ultrapassam esse limite e partem para acusações.
Segundo, como não têm perguntas e não se organizaram para tomar depoimentos, falam a todo momento, interrompem as respostas dos interrogados, pedem para complementar perguntas de colegas e dão bronca nos convidados por respostas que não concordam.
Durante o depoimento do ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, o deputado Francisco Gomes (PSC) chegou a se irritar, reclamou que a CPI não era do deputado Wilker Barreto (Podemos) e pediu ao presidente da comissão, Péricles Nascimento (PSL), que lhe fosse garantida a palavra.
Um depoimento em qualquer circunstância tem que ser tomado de forma ordenada, com o objetivo de tirar o máximo de informação possível do depoente. Como o próprio nome sugere, um interrogatório tem que ser feito com interrogações, com perguntas. Nos melhores interrogatórios, é dada aos interessados um tempo para a inquirição dos convidados ou convocados, até que se esgotem as perguntas daquele interrogador.
No caso da CPI, depois de todos os membros usarem o tempo, sem interrupções e respeitando o direito do interrogado de se manifestar, caso haja necessidade, pode o presidente abrir uma nova rodada de perguntas a cada membro.
Para não ser injusto, registre-se, o único membro da CPI da Saúde que segue um rito adequado, questionando coisas pontuais e vinculadas aos fatos investigados, é o deputado Serafim Corrêa (PSC), que participa de casa, via internet.