MANAUS – O governador José Melo (Pros) confirmou nesta segunda-feira, 14, que prepara uma reforma administrativa dura e “mais dolorosa” para atravessar a crise econômica, fechar o ano no azul com uma economia projetada de R$ 600 milhões e se preparar para um 2016 melhor economicamente.
Ele confirmou que a mensagem governamental sobre a reforma, que vai atingir ainda corte de despesas e de cargos, além de fusão de secretarias, será enviada à Assembleia Legislativa do Estado até o próximo dia 20.
Durante entrevista a uma rádio local nesta manhã, Melo não quis revelar mais detalhes da segunda reforma de sua gestão em apenas nove meses de governo. Disse apenas que está finalizando as mudanças com seu secretariado e que não quer anunciar nada sem antes ter uma conversa com seus gestores.
Mas ele adiantou que nessas mudanças relacionadas à secretarias, a de Administração Penintenciária (Seap) – criada em fevereiro deste ano pelo governador durante sua primeira reforma administrativa – “vai sofrer uma certa intervenção sim”.
Extraoficialmente, as informações de bastidores apontam que o governo deve unir oito secretarias estaduais, entre as quais, Fundação Vila Olímpica (FVO) com a Secretaria Estadual de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel); Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas) com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped) e Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Manaus (SRMM) e Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seas) com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped).
Melo reforça que a contenção de custos no governo se faz necessário, já que no primeiro semestre o Estado perdeu mais de R$ 500 milhões em receita e, que, no mês passado, mesmo com o lançamento da campanha Nota Fiscal Amazonense, o governo perdeu R$ 25 milhões em receita. “Poderia ter sido R$ 85 milhões, mas o programa da Nota Fiscal deu resultados”, acrescentou.
Ele acrescentou que em agosto, o Estado teve um leve aumento de receita, ms a queda foi maior que o esperado e isso se deve, principalmente, pela queda de 28% de produção de quatro produtos no Polo Industrial de Manaus (PIM), que são os maiores puxadores de impostos: motocicletas, televisores, linha branca e celulares.
Energia
Durante entrevista, José Melo – que trava uma batalha judicial no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com o adversário Eduardo Braga (PMDB) – fez críticas ao ministro de Minas e Energia.
Elogiando a atitude do juiz federal Ricardo Sales, que concedeu liminar favorável ao Ministério Público Federal (MPF) na última sexta-feira, 11, suspendo a cobrança das bandeiras tarifárias da energia elétrica no Amazonas, ele criticou, sem citar o nome de Braga, de que o ministro teria enganado o povo ao afirmar que o Estado não teria aumento da bandeira vermelha da energia elétrica.
“Não era verdade. Aquilo tudo foi uma enganação de um determinado político do país. Depois veio a agência (Aneel) que faz a regulaçaõ e disse que iria impor uma tarifa maior para o povo do Amazonas. Mas o juiz federal veio e suspendeu essa sangria”, cutucou Melo.