Da Redação
MANAUS – Os médicos de empresas que prestam serviços nas unidades de urgência e emergência do Estado do Amazonas decidiram, em reunião na tarde desta quinta-feira, 31, que vão começar uma “manifestação” nas unidades de saúde com a participação de enfermeiros e outros profissionais de empresas terceirizadas, para reivindicar o pagamento de atrasados pelo Governo do Amazonas.
Eles não esclareceram que tipo de manifestação será realizada, mas afirmam que o atendimento não será prejudicado. Um dos médicos, presidente do Instituto de Cirurgias do Estado do Amazonas, José Francisco, disse que “haverá um adequamento da população a ser atendida em determinadas unidades, que deveria já ser feito como referência”.
Um documento apresentado na reunião exige da Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) duas medidas imediatas: 1) a quitação imediata de pelo menos uma competência integral de 2018; 2) definição de um cronograma mensal de repasses dos pagamentos referentes ao mês corrente, associados à regularização dos débitos existentes”.
Depois de anunciar a manifestação, os médicos receberam um telefonema do secretário da Susam, Carlos Almeida Filho, e voltaram a se reunir. A reunião ainda não foi concluída.
Mediação de deputados
Um grupo de deputados estaduais se reuniu, no início da tarde desta quinta-feira, 31, na Assembleia Legislativa do Amazonas, com representantes de 12 empresas prestadoras de serviços terceirizados contratadas pela Susam, e passaram a mediar um acordo com o secretário Carlos Almeida Filho.
Após a reunião, os deputados Ricardo Nicolau (PSD), Mayara Pinheiro (PP) e Delegado Péricles (PSL) levaram pessoalmente ao gabinete do secretário Carlos Almeida, uma nova proposta defendida pelos terceirizados na discussão com parlamentares.
Os representantes das terceirizadas dizem que as pendências estão ocorrendo principalmente pelo fato de a Susam ter decidido quitar apenas os atrasos referentes a agosto e setembro de 2018 com os R$ 122 milhões tirados, no fim do ano passado, do FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento) e do FMPES (Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Uma lei aprovada na Assembleia Legislativa destinou 80% desses fundos ao pagamento das terceirizadas.
As empresas médicas exigem, agora, que caso haja possibilidade de um novo remanejamento do FTI, que o Governo do Estado assegure que 100% dos recursos financeiros sejam destinados a liquidar os pagamentos em atraso das terceirizadas com recursos humanos. Além disso, os profissionais querem a definição do calendário dos pagamentos deste ano.
A deputada Mayara Pinheiro, que deverá assumir a Comissão de Saúde nos próximos dias, informou que será montada uma subcomissão que fiscalizará os pagamentos. “Estamos aqui para conciliar, mediar e somar forças. A saúde é muito complexa, a demanda é contínua, mas não mediremos esforços para ajudar”, disse.
Também estiveram presentes na reunião os deputados Dermilson Chagas (PP), Serafim Corrêa (PSB), Abdala Fraxe (Pode), Alessandra Campêlo (MDB), Roberto Cidade (PV) e Carlinhos Bessa (PV).