
Informação e Opinião
Por Valmir Lima, do ATUAL
MANAUS – A megaoperação promovida pelo governo de direita de Cláudio Castro no Rio de Janeiro contra a facção criminosa Comando Vermelho, que está sendo considerada uma chacina até por organismos internacionais, se mostra a cada dia uma estratégia da direita (extrema ou não) para tentar derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, quando ele deve disputar a reeleição para o quarto mandato presidencial.
O próprio governador do Rio deu a senha para essa interpretação ao se apressar em culpar o governo federal pelo que chamou de negativa de ajuda às forças de segurança do Rio. Cláudio Castro chamou os jornalistas no meio da operação para dizer que solicitou blindados das Forças Armadas e não foi atendido. O documento que apresentou mostrava um pedido de blindados com data de janeiro deste ano.
Depois, o governador admitiu que não comunicou o governo federal sobre a operação do dia 28 e nem solicitou ajuda para ela aos ministérios comandados por Lula. No dia seguinte, uma comitiva de ministros foi ao Rio de Janeiro e encontrou um Cláudio Castro moderado, pedindo ajuda e pregando a união de esforços. Uma farsa.
Mais tarde, o governador do Rio se reuniu com outros governadores de direita para discutir o tema. Os discursos posteriores foram ainda mais ácidos contra a gestão de Lula, o que sinaliza que o foco não é a segurança pública, mas as eleições de 2026.
O discurso que mais chamou a atenção foi o do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Segundo o extremista de direita, a megaoperação de Cláudio Castro, que está sendo chamada de “a mais letal da história”, deveria ser chamada de “a mais bem sucedida”.
Zema afirma categoricamente que entre os 121 mortos, com exceção dos quatro policiais, todos eram bandidos e mereciam morrer. Esse discurso agrada boa parcela da população que aplaude o ‘lema’ de que “bandido bom é bandido morto”.
Poucos param para refletir sobre o absurdo dos números apresentados pela polícia do Rio de Janeiro. Se os mortos eram pessoas armadas com fuzis e outros tipos de armas letais envolvidas em uma guerra contra a polícia, como explicar que um lado consiga matar mais de 100 e ter apenas quatro baixas?
O que está por trás da matança não é o combate ao crime organizado, mas o combate ao sucesso de Lula no comando do Brasil. Desde que Lula assumiu o terceiro mandato, em 2023, a direita tenta desestabilizá-lo, sem sucesso.
Primeiro foi a farsa da inflação descontrolada, que se mantém até hoje, mesmo que o discurso tenha sido derrotado pelos números. A inflação nunca esteve tão controlada. O preço do café, usado como mote da campanha da direita nas redes sociais, não colou.
Mesmo com a inflação controlada a direita pregou à exaustão nas redes sociais que a economia do Brasil estava em frangalhos. Os números, de novo, desmentiram o discurso. O emprego formal cresceu, novas empresas foram abertas, apesar dos juros altos praticados pelo Banco Central controlado pela direita brasileira. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu, o preço do dólar está controlado. É desesperador para a direita.
Depois, a direita tentou carimbar em Lula o distintivo do aumento de impostos. A desinformação foi derrotada pela informação de que os políticos da oposição queriam proteger os ricos do pagamento de tributos e jogar a conta para os pobres, como sempre fez. Mais uma derrota.
Por fim, inventaram o fator Donald Trump e seu tarifaço. A direita, que promoveu essa bandalheira, colocando dois idiotas nos Estados Unidos para tramar contra o Brasil, tentou culpar o presidente Lula e seu governo pelas medidas tresloucadas do presidente dos Estados Unidos, líder da extrema direita no mundo.
O tiro também saiu pela culatra. Quando os Estados Unidos perceberam que as medidas afetaram mais o povo estadunidense do que a economia brasileira, Trump decidiu dialogar com Lula. Mais uma derrota fragorosa da direita brasileira, que passou a assistir a popularidade de Lula crescer.
Com a divulgação de pesquisas eleitorais de institutos considerados independentes pela direita em que Lula aparece como franco favorito para a disputa de 2026, inclusive com possibilidade de vitória no primeiro turno, era preciso que a direita agisse rápido.
A carnificina praticada pelo governo de Cláudio Castro e aplaudida pelos governadores da direita e da extrema direita, é uma nova tentativa de tisnar o governo Lula. Mas era mesmo preciso matar tanta gente? Para a direita é a melhor forma de dividir a opinião pública. E matar nunca foi um problema para essa gente, que sempre flertou com a morte.
É isso. Agora mesmo fincaram a turma do Psol dentro das comunidades de todos os cantos para dizer que a própria comunidade está contra a operação no Rio de Janeiro. Gente do Sr Boulos, Psol. Ninguém no Rio de janeiro é idiota.
O Rio de Janeiro é o celeiro das orgaizações narcoterroristas, e pronto.