A presidente do movimento Marcha Mundial das Mulheres de Parintins encaminhou nesta quinta-feira (6 de fevereiro) nota de repúdio contra pedofilia e solicitou ao ATUAL a publicação. Na mensagem ela afirma: “Gostaria que fizesse chegar no Ministério Público, Tribunal de Justiça e Conselho Nacional de Justiça.”
Nosso compromisso de valorizar a pluralidade das vozes e de democratizar os espaços da mídia nos obriga a publicar a nota que se segue. Esperamos que as autoridades, através de suas assessorias, tomem conhecimento do documento.
“AOS QUE ERGUEM A CLAVA FORTE DA JUSTIÇA
A lógica patriarcal, sustentáculo das perversidades do sistema capitalista, não tem fronteiras: sobrepõe-se aos direitos civis e políticos dos povos e nações, transgredindo, assim, à ética universal dos seres humanos.
Apesar das perseverantes lutas através dos tempos e dos avanços por Igualdade, Autonomia, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz, às mulheres ainda se impõem muitos desafios ao enfrentamento a discriminações, explorações, abusos, enfim, violências de várias ordens.
Neste cenário de contradições e violências, trazemos mais um fato, desta vez, configurado numa figura pública do Estado do Amazonas – o Prefeito de Coari, Adail Pinheiro. Como se não bastasse a postura imoral, criminosa e abusiva em relação à rede de exploração sexual de menores, Adail sustentava suas taras e luxúrias com recursos públicos e sob proteção da máquina administrativa e de segmentos do Judiciário, conforme divulgações na mídia nacional.
Na sequência, há outras questões no Estado pelas quais clamamos investigação: Parintins, denominada a “capital brasileira do folclore”, está sendo denunciada pelo Conselho Tutelar (PIN/AM), na Comissão Parlamentar de Inquérito; em Nhamundá, o coletivo sadio daquele Município exige urgentemente um olhar da Justiça, considerando-se o silêncio que se vem fazendo sobre os mesmos crimes.
Contra os fatos referendados, nós, Ativistas da Marcha Mundial das Mulheres, Parintins/AM, trazemos nosso repúdio e indignação, ao mesmo tempo em que clamamos INTERVENÇÃO E JUSTIÇA ao Ministério Público, Poder Judiciário, Conselho Nacional de Justiça e ainda Àqueles e Àquelas que sustentam o respeito à Dignidade Humana e que demandam poderes para intervir, enfrentar e restabelecer os ideais de um Brasil digno, justo, solidário, sem homofobias, sem pedofilias, sem corrupções e prevaricações.
E, assim, reafirmamos nossos propósitos e compromissos feministas.
Marcha Mundial das Mulheres – Parintins/AM”