Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – O deputado Marcelo Ramos (PL) afirmou que não deve permanecer no mesmo partido que o presidente Bolsonaro, caso o mandatário se filie ao PL. Em entrevista ao canal CNN, na manhã desta terça-feira (9), Ramos também disse que outros deputados devem sair por não terem condição de estar “no mesmo palanque do presidente”.
Na segunda-feira (8), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que o presidente confirmou sua filiação ao partido, o que ainda efetivamente não ocorreu. Em seguida, Bolsonaro afirmou que está 99% certa a idade dele ao PL. Desde então, o deputado Marcelo Ramos espera que os papéis sejam de fato assinados para pedir desfiliação.
“Não só eu como outros deputados do partido não têm nenhuma condição política de estar no mesmo palanque do presidente Bolsonaro e nós vamos avaliar após a filiação qual a condição partidária para que esse fato seja digerido intermanete para que cada parlamentar tome sua decisão”, disse o deputado.
De acordo com Ramos, deputados do Norte e alguns do Nordeste planejam sair do partido após filiação do presidente. Em participação no programa Roda Viva desta segunda-feira (8), Ramos explicou seu incômodo.
“Eu não tenho dúvida que um Presidente da República é mais importante para um partido do que um deputado federal do Amazonas, mas também não tenho duvida de que o futuro do país é muito mais importante do que o projeto de qualquer partido. Nessa história eu sei qual é o meu lado e o meu lado é o lado do futuro do Brasil e eu acredito que o Bolsonaro não é bom para o futuro do Brasil”, disse.
Emendas RP9
No Roda Viva, o deputado também defendeu as emendas do relator geral do Orçamento da União no Congresso, chamadas de RP9, que estão sendo apuradas pela ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal).
As emendas são distribuídas com conhecimento do Planalto, o presidente da Câmara Arthur Lira e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. A discussão gira em torno de como os votos dos deputados são influenciados pelas emendas distribuídas.
Ramos disse que neste ano recebeu R$ 5 bilhões de emendas RP9, mas que todos os valores foram publicados. De acordo com ele, essas emendas não ficam com os deputados e são repassadas aos municípios para investimento em saúde, segurança e educação.
“Eu não sou contra emendas em que os deputados possam garantir recursos para os seus municípios, são essas emendas que fazem com que os municípios tenham algum investimento.Agora, cria uma aura de suspeição quando não há publicidade, tem que publicar tudo, quem é o beneficiario que indiciou, qual o objeto e o que recebeu”.
Ele afirmou que está protocolando um projeto de resolução para determinar a publicidade de todas as emendas recebidas por legisladores.