Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Dois dias após convenção que o lançou como candidato do PSOL a governador do Amazonas, o advogado Marcelo Amil recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para impedir o diretório nacional de suspender os direitos filiativos dele, do candidato a vice na chapa dele, Luiz Carlos Marques, e da presidente estadual da sigla, Rosilane Almeida.
Nesta terça-feira (2), a executiva nacional do partido acatou o resultado de uma conferência eleitoral promovida pelo Diretório Estadual do Amazonas, no dia 16 de julho, que escolheu Israel Tuyuka como candidato a governador. A sigla também suspendeu os direitos filiativos de Rosilane, Amil e Luiz, que ficam impedidos de disputar o pleito.
Para o advogado, trata-se de um “golpe” organizado por um grupo de integrantes do PSOL contrários à candidatura dele. “Nós estamos na iminência de sofrer um golpe covarde por parte de alguns membros da direção nacional e nós vamos brigar na Justiça pelos direitos que nós conquistamos na convenção”, afirmou Amil.
De acordo com o advogado, o grupo tenta impedir que o nome dele seja homologado na convenção da federação PSOL-Rede. “A direção nacional não tem como deslegitimar a convenção, então, eles querem suspender eu, o Luiz, que é meu vice, e a presidente Lane do partido. Se eu tiver suspenso, eu não posso ter o meu nome homologado na convenção da federação”, disse.
Amil afirmou que a interferência da executiva nacional do PSOL é baseada em “mentiras” e sem direito à defesa. “Eles estão querendo fazer isso baseado em mentiras, sem nos ouvir, com um processo totalmente inexistente. Nós entramos com um mandado de segurança para garantir que não haja injustiça”, declarou o advogado.
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Amil afirmou que a convenção do PSOL, realizada no último domingo (31), foi convocada no dia 18 de julho. Conforme o pré-candidato, na última sexta-feira (29), o grupo resistente à candidatura dele convocou uma reunião do diretório para o mesmo dia e mesma hora da convenção com objetivo de derrubar a candidatura dele.
“Foi uma tentativa rasteira de golpe, mas eu tenho certeza que a Justiça não vai permitir isso. Eles chamam uma reunião do diretório no mesmo dia e hora da convenção, só que o estatuto fala que a convenção é superior ao diretório, não é a convenção que obedece o diretório, é o diretório que obedece a convenção”, afirmou Amil.
O pré-candidato afirmou que tem apoio da maioria dos membros do partido e que o grupo contrário quer ganhar no “tapetão”. “Eu articulei votos na convenção em quatro municípios do interior. Eu tinha 89 votos na convenção. Eles sabiam que iam perder na convenção. Não foram e estão usando argumentos rasteiros para tentar ganhar no tapetão”, disse o advogado.
Amil classificou o grupo como “uma turminha que não gosta de trabalhar”. “Eu já queria ter vindo para o Psol há três anos, mas tinha uma turminha que me impedia justamente porque eles sabem que nós íamos fazer as pessoas trabalharem. É uma turminha que não gosta de trabalhar e quer ver o pessoal continuando simplesmente um cartório”, disse.
“Eu não, eu quero um partido grande, pujante, sendo alternativa de poder. A gente começou a construir isso, fizemos a maior convenção da história do Psol no Amazonas, mais de 150 pessoas presentes, 89 convencionais de cinco municípios diferentes, e vamos garantir que a convenção seja respeitada”, completou Amil.